URUGUAIANA JN PREVISÃO

Ricardo Peró Job

Luzes & Sombras

A invasão

No início da tarde do dia 8 de janeiro, carros da Polícia Militar do Distrito Federal atuavam na segurança da Praça dos Três Poderes.Com a aproximação dos manifestantes, abandonaram a principal rua que dava acesso à Esplanada dos Ministérios. Imediatamente, um grande grupo avançou em direção ao Palácio do Planalto, outros em direção ao Congresso. Os policiais destacados para a defesa do local, inexplicavelmente recuaram, permitindo a entrada dos manifestantes no estacionamento do prédio do Planalto. Ao se aproximar, o bando encontrou a porta principal da sede da Presidência da República em Brasília aberta. Ocorreu a invasão. As imagens vazadas da invasão do Palácio do Planalto, de conhecimento do Supremo Tribunal Federal e da Polícia Federal, reforçam a tese de pelo menos uma facilitação da entrada dos vândalos e manifestantes no local. A atuação de agentes encarregados de defenderem os prédios públicos facilitaram o acesso ao interior deles e até serviram água aos vândalos. Mais grave ainda: estava presente e inoperante o general Gonçalves Dias, ministro do Gabinete de Segurança Institucional. Estas imagens comprometedoras, mostrando seguranças do atual governo colaborando com o os vândalos e a inatividade de Gonçalves, também comprometem o ministro da Justiça, Flávio Dino. Outras imagens, captadas por manifestantes, reforçam também a suspeita de que havia provocadores infiltrados, encarregados de iniciar e incitar depredação das sedes dos Três Poderes. O mais grave de tudo, porém, é o fato de que o STF, que mesmo de posse de tais imagens, aproveitando-se do sigilo imposto pelo presidente Lula para os vídeos de segurança, optou por afastar o governador eleito Ibaneis Rocha, decretar a prisão do ex-secretário de Segurança do Distrito Federal Anderson Torres, mas manteve solto até agora o general Gonçalves. Já o presidente Lula, mais uma vez resolveu sair pela tangente, antecipando sua viagem a Portugal, sem antes declarar o seu famoso “Eu não sabia”, alegação usada desde os tempos dos escândalos ocorridos em seus primeiros governos. As imagens comprometedoras, mostrou que membros do atual governo, se não foram cúmplices da baderna promovida pelos vândalos, foram pelo menos omissos.

O país da impunidade

No Brasil, quando o assunto é manter a impunidade, situação e oposição costumam se unir, deixando de lado supostas diferenças ideológicas. Esta semana, os líderes do governo, José Guimarães (PT) e da oposição, Carlos Jordy (PL), se reuniram para acertar o apoio a PEC que anistia todas as irregularidades cometidas por todos os partidos no nas últimas eleições. A PEC já conta com a assinatura de 13 partidos e federações, incluindo o PL, partido de Bolsonaro, a federação liderada pelo PT, PSD, MDB, PP, Republicanos e Podemos. O projeto de emenda à Constituição anistia todas as siglas que não cumpriram a regra referente à cota mínima de repasse de recursos públicos para mulheres e negros. Também determina que não incidirão sanções de qualquer natureza, devolução ou recolhimento de valores, multa ou suspensão do Fundo Partidário e do Fundo Especial de Financiamento de Campanha aos partidos infratores. Uma vergonha.

É dando que se recebe

O governo Lula não perde o hábito. Cada vez que ocorre uma crise, abre os cofres para parlamentares corruptos, afastando qualquer possibilidade de prestação de contas com a Justiça. Esta semana, diante da CPMI dos atos de 8 de janeiro e a sombra da CPI do MST, prometeu um jeton de R$ 5 milhões a R$ 7 milhões a cada deputado federal que queira se tornar um integrante da base governista, ou seja, que proteja o governo de qualquer incômodo.

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