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Cátia Liczbinsky

Cesta básica do Brasil mais saudável: finalmente o veto aos ultraprocessados

“Somos o que comemos” (Hipócrates - pai da medicina)


No mês de março o Governo Federal apresentou os itens que farão parte da cesta básica neste ano de 2024. Ela será composta por dez grupos de alimentos, priorizando comidas in natura, com o mínimo de processados, e excluindo os itens ultraprocessados, diferentemente da cesta básica anterior, que continha os ultraprocessados.

A escolha dos produtos que compõem a cesta básica é realizada segundo o Guia Alimentar da População Brasileira, e aponta diretrizes para a formulação de políticas públicas, abordando temas como a quantidade e a qualidade dos alimentos.

O direito à alimentação é um direito social expresso no artigo sexto da Constituição Federal de 1988, que é garantir uma alimentação para evitar a fome da sociedade, além de garantir a alimentação saudável e a segurança alimentar, evitando também inúmeras doenças, como o excesso de peso.

Os alimentos ultraprocessados como salgadinhos, biscoitos e refrigerantes, possuem baixo teor nutricional na saúde humana. Uma nova revisão de 45 trabalhos feitos sobre o tema, da revista científica "The BMJ", mostra que existe uma associação entre as comidas e um risco aumentado para 32 agravos de saúde diferentes. Analisou-se quase 10 milhões de indivíduos e comprovou-se que a ingestão de alimentos ultraprocessados está associada a um risco aumentado de 50% de morte relacionada a doenças cardiovasculares; 53% de transtornos mentais comuns e 48% de ansiedade prevalente.

Segundo esses estudos divulgados na revista “The BMJ” existe um risco 12% maior de diabetes tipo 2 a cada 10% de aumento dos ultraprocessados na dieta. A uma chance 20% maior de morte por qualquer causa, 55% de obesidade, 41% de problemas de sono, 40% de chiado no peito e 20% de depressão e alguns tipos de câncer.

Ao retirar da cesta básica os produtos ultraprocessados, o Governo procura melhorar a alimentação dos brasileiros com produtos saudáveis. Os produtos ultraprocessados como bolachas recheadas e salsichas, produzidos com aditivos alimentares (corantes e aromatizantes) estão impedidos de serem incluídos na cesta básica porque fazem muito mal à saúde, originando inúmeras doenças. Assim se pretende diminuir a incidência de doenças cardiovasculares, como arritmia, pressão alta e parada cardíaca, além de diabetes, obesidade e diversos tipos de câncer. Também procura-se estimular a produção de pequenos agricultores a aumentar sua renda, criar hábitos mais saudáveis na população e preservar o meio ambiente.

A nova cesta básica possui:

-Feijões (ervilha, grão-de-bico, lentilha);

-Cereais (arroz, milho, grãos de trigo, aveia, farinhas de milho, de trigo e de outros cereais e macarrão);

-Raízes e tubérculos (batata-inglesa, batata-doce, batata-baroa e mandioca); legumes e verduras; frutas;

-Castanhas e nozes (amendoim, castanha-de-caju, e outras oleaginosas sem sal ou açúcar;

-Carnes, sardinha, atum e ovos;

-Leites e queijos;

Também fazem parte os açúcares, mel, sal, óleos e gorduras, café, chá, mate e especiarias.

Segundo nutricionistas, a nova cesta básica é bem distribuída, com uma maior oferta de carboidratos, seguida de proteínas e gorduras boas como castanhas e nozes.

Portanto a nova cesta básica é fundamental para melhorar a alimentação da sociedade, busca trazer uma alimentação com produtos mais saudáveis, diminuindo os processados e excluindo os ultraprocessados que fazem mal à saúde. É um direito de todos ter saúde, e um dever do Estado cuidar da alimentação e saúde da população por meio de políticas públicas como essa.

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