URUGUAIANA JN PREVISÃO

Rubens Montardo

Ao meu Pai

Nos últimos meses, quando penso em ti, seu Rubens Caillava Montardo, me vem uma curiosidade de saber como serias com teus seis netos (Vivian, Diorges, Rubens, Mariana, Alessandro e Eduardo), e com teus dois bisnetos (Chiara e Antônio). O que dirias de tantas, profundas e inimagináveis mudanças que ocorreram neste mundo, na ciência, nas relações comerciais e humanas em nossa sociedade.  

Meu Pai, neste 28 de março, completarias 100 anos de idade. Nascido nos campos mais lindos do nosso mundo, no Ponche Verde, em Dom Pedrito, filho de uma uruguaia, Gregória e de um brasileiro, Luís. Ela, filha de um francês (Jean) com uma uruguaia (Juana). Ele, filho de um italiano Luigi com uma pedritense, Felicíssima. Dois homens que cruzaram o Oceano, constituíram família e se imortalizaram em suas respectivas descendências. Pai, tua morte, com apenas 51 anos de idade, foi uma tragédia, naquele distante e triste 17 de janeiro de 1976. Num entardecer, em uma das missas em tua memória, eu estava sozinho e olhando os vitrais da Catedral me veio tua lembrança, as poucas que restaram ao menino de 9 anos, que sofreu seu primeiro e definitivo afastamento.  

Lembro de ti, alto, magro, de bigode e sobretudo preto, teu lugar na mesa, tu sentado em tua cadeira no escritório do armazém (Casa São Salomão) naquela esquina da rua Dr. Maia com Joaquim Murtinho, tuas constantes viagens até Montevidéu, a nossa coleção de chaveiros, tua paixão pelos animais (cães e gatos), por pescaria e algumas expressões que sempre usavas em espanhol, o seu entonces, que eu nunca mais ouvi, acompanhado de um inesquecível riso. Ainda tenho noção de sua voz, as estórias contadas, o relato da morte de tua mãe quando também tinhas apenas 9 anos e as intermináveis aventuras do macaco Pico-Chino que povoaram minha infância e marcaram os poucos anos em que convivemos. Não dormia sem saber de uma nova aventura do macaquinho. Foi tudo tão rápido! 

Por instantes me vi menino quando tocou o telefone às 20h em ponto e soubemos de tua morte, no Hospital em Porto Alegre. Foi uma noite quente, angustiante e longa de janeiro, entre a perplexidade, a fatalidade e as lágrimas. Durante todos estes anos sei que sempre me acompanhas e permaneces vivo em teus quatro filhos (Tânia, Marcos, Rubens e Célio). Também sei, que tua maior herança foi ter despertado em mim o amor pelas estórias e a História e a consciência de que a literatura é a única coisa que redime o ser humano. Entonces meu Pai, até um dia... muita luz e paz e... um Feliz Aniversário! 


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