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Cátia Liczbinski
Sustentabilidade em pauta: a COP 30 em Belém do Pará e a Amazônia como palco da política climática mundial
Nesse ano de 2025, em novembro, o Brasil sediará em Belém do Pará, a COP 30 (Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas). É um evento internacional, para assumir diante do mundo a responsabilidade de ser protagonista climático, especialmente porque a Amazônia, é vital para o equilíbrio ambiental do planeta.
É uma oportunidade única que o Brasil tem para demonstrar coerência entre discurso e prática. Nos últimos anos, o país voltou ao centro das negociações climáticas ao se comprometer com a redução das emissões de gases de efeito estufa e com a meta de neutralidade de carbono até 2050. Em Belém, esperam-se metas ambiciosas como: reduzir entre 59% e 67% das emissões até 2035 e avançar no financiamento climático, na transição energética e na proteção dos biomas (cop30.br). O desafio é transformar promessas em políticas públicas concretas e duradouras.
Outro ponto importante é que a COP 30 irá valorizar a participação social. Comunidades tradicionais, indígenas e quilombolas, invisibilizadas, terão espaço ampliado nos debates. Mais de 1.200 propostas foram submetidas para os “Pavilhões Brasil”, dos quais 140 já foram selecionados, revelando o interesse da sociedade civil em pautar soluções sustentáveis. É um modelo inclusivo fundamental pois sem o engajamento social, as decisões podem se perder na burocracia diplomática.
Mas é preciso compreender os dilemas que estarão presentes como o “Plano Clima”, que estabelece metas até 2035 para mitigar e adaptar o país aos impactos ambientais e os setores do agronegócio que já manifestaram resistência, temendo impactos econômicos. Nesse sentido o Brasil terá como missão, conciliar crescimento econômico com preservação ambiental. O mundo acompanhará de perto se o país conseguir alinhar produção, justiça social e sustentabilidade.
Destaca-se que o legado da COP 30 não será medido apenas pelas declarações finais, mas pela capacidade de implementar mudanças reais. O Brasil precisa investir em energias renováveis, fortalecer mecanismos de monitoramento do desmatamento, ampliar a proteção a populações vulneráveis e estimular uma economia verde, que gere empregos sem destruir o meio ambiente.
Nesse processo para mudanças, a sociedade brasileira é crucial. Os movimentos sociais, universidades, jornalistas e cidadãos comuns devem pressionar por transparência, acompanhar o cumprimento das metas e cobrar dos governantes ações compatíveis com os compromissos internacionais. Sem pressão social, a COP corre o risco de se transformar em um grande palco de discursos sem resultados práticos.
O mundo estará atento à COP em Belém, e não será apenas a Amazônia observada, mas a credibilidade do Brasil. A COP 30 é oportunidade e, ao mesmo tempo, teste: de liderança, de coerência e de compromisso com o futuro. Se bem conduzida, pode marcar o início de um novo capítulo, em que desenvolvimento e sustentabilidade caminham lado a lado, com responsabilidade compartilhada entre Estado, setor privado e sociedade.
Portanto, os efeitos da COP 30 terão impacto direto sobre o mundo inteiro. As decisões tomadas em Belém influenciarão o ritmo da transição energética global, a cooperação internacional em financiamento climático e a proteção dos ecossistemas mais frágeis. Nesse cenário, a Amazônia emerge como símbolo e realidade incontornável: preservar a maior floresta tropical do planeta é preservar a estabilidade climática, a biodiversidade e as condições de vida das presentes e futuras gerações.
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