URUGUAIANA JN PREVISÃO

Ricardo Peró Job

Guerra civil

Os acontecimentos ocorridos na terça-feira que passou, no chamado “Complexo do Alemão”, no Rio de Janeiro, quando uma ação da polícia estadual carioca tentou retomar o controle territorial daquelas favelas do Comando Vermelho, foram uma pequena amostragem do que virá pela frente caso as novas eleições levem ao poder um governo realmente interessado em combater o cada vez mais presente crime organizado. O Complexo abrange doze favelas que abrigam em torno de 200 mil moradores. A ação se deu depois que o Comando Vermelho invadiu a favela. Mas não se trata de um fato isolado: no Brasil de hoje, as diversas facções criminosas dominam 25% do território nacional. Fuzis, granadas, metralhadoras e até mesmo drones com bombas foram usados pelos bandidos contra a polícia carioca, que não teve o apoio de forças federais, negado pelo ministro da Justiça e Segurança Ricardo Lewandowski, embora ele negue o fato. A verdade, porém, é que o governo federal, nas últimas três vezes em que o governo carioca solicitou blindados e a Força Nacional, a solicitação foi negada, sob o pretexto de que, para tal, seria necessária uma Garantia da Lei e da Ordem, e que o presidente Lula declarou, inclusive publicamente, que não faria a GLO para o Rio de Janeiro. O enfrentamento entre a polícia carioca e os criminosos deixou um saldo de quase 120 mortos, mais de 110 presos e a apreensão de de 118 fuzis. Mas, o atual governo, através de seu presidente, continua se recusando a considerar tais grupos criminosos como terroristas (ignorando o avanço das facções no mercado financeiro, na política, justiça e em outras instituições públicas), demonstrando um carinho especial por tais bandidos. Para se ter uma idéia desta contaminação, segundo a PF, metade dos mebros da Assembléia Legislativa carioca tem ligações com o crime organizado. Dias antes do ocorrido, na Indonésia, país que inclusive executa criminosos, Luiz Inácio da Silva teve o desplante de afirmar que “traficantes são vítimas dos usuários”. E não foi a primeira vez que o presidente defendeu os bandidos. Lula já minimizou os furtos de celulares, que resultam muitas vezes em violência e inclusive assassinatos, ao declarar em 2019: “Não posso ver mais jovem de 14 e 15 anos assaltando e sendo violentado, assassinado pela polícia, às vezes inocente ou às vezes porque roubou um celular”. O presidente, cujos ministros já receberam em seus gabinetes representantes destas facções criminosas, parece não se importar com o fato de que aqueles que moram nas regiões dominadas pelo tráfico, normalmente pessoas de baixa renda, não vivem como os demais cidadãos brasileiros, cujas vidas são arbitradas pelas leis nacionais vigentes e sim, segundo as normas impostas pelas facções. Lá, o “imposto” cobrado aos comerciantes locais, a distribuição de gás, de energia elétrica, de TV a cabo e até mesmo de produtos de primeira necessidade, estão sob o domínio dos criminosos. São verdadeiras “zonas de exclusão”, onde as instituições públicas não se fazem presentes e a população é refém do crime organizado. Nestes locais, as regras são determinadas pelas facções. Estados como o Rio de Janeiro, Ceará, Pará, Amazonas e Bahia, vivem um cenário de guerra civil, com constantes confrontos armados entre as forças de segurança estaduais e grupos que dominam boa parte de seus territórios. Como se não bastasse, os membros das forças policiais, que arriscam diariamente a vida nestes embates mortais, são incessantemente fustigados por parlamentares de esquerda, pela imprensa e muitas vezes são punidos pela justiça. No caso do Rio, o CV ordenou que a população removesse as armas, os equipamentos militares, coletes, coturnos e uniformes camuflados de 72 bandidos abatidos nas matas próximas às favelas e os alinhassem em via pública para que a imprensa os fotografasse como “inocentes mortos pela polícia”. Resta-nos agora aguardar a reação do Governo Federal e da Suprema Corte (hoje tão imiscuída na vida dos cidadãos brasileiros) sob os fatos ocorridos no Rio de Janeiro. Eu, sinceramente, temo que, mais uma vez, os “mocinhos” saiam perdendo.

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