Cavalo Crioulo
Montada por Gabriel Marty, égua uruguaia leva o Freio de Ouro 2025

Felipe Ulbrich - Índia Envenenada Del Chamame e Gabriel Marty, ginete sete vezes vencedor do Freio de Ouro
Na tarde de sábado, 6/9, ocorreu a grande final do Freio de Ouro 2025, principal competição do Cavalo Crioulo. Promovida pela Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), a competição ocorreu na Arena do Cavalo Crioulo, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, compondo a programação oficial da 48ª Exposição Internacional de Animais, Máquinas, Implementos e Produtos Agropecuários (Expointer). A final foi marcada por arquibancadas lotadas e torcida animada, culminando em emoção no anúncio dos campeões.
Bi-grande Campeã da Exposição do Prado, a fêmea gateada Índia Envenenada Del Chamame (Box 25) somou 20 770 pontos e levou o Freio de Ouro 2025 para o Uruguai. Ela foi montada pelo uruguaianense Gabriel Viola Marty, ginete tricampeão do Freio com o também uruguaio Colibri Matrero, que se aposentou das pistas no ano passado.
A égua "doble chapa" é filha de Basco Veneno e Indiecita Del Chamame e foi credenciada para a final em terras gaúchas, quando assegurou o Bocal de Bronze, na mesma pista onde correu, no sábado. Índia Envenenada Del Chamame convenceu tanto pela excelência morfológica, quanto pela aptidão para o serviço de campo. "É uma égua extremamente linda, muito boa na morfologia e na função, que é o que se busca: um cavalo lindo e bom. Ela foi perfeita. Brilhou", disse o expositor Martin Gurmendez Marquez, que, ao lado do irmão Tomas Marquez, conduz a Cabanha El Chamame, na cidade de Florida. Emocionado, Marty declarou seu amor à égua: "Hoje, ela foi espetacular e ganhou com sobra", disse ele, detentor de sete Freios de Ouro.
Ciente dos desafios do caminho até a vitória, o proprietário revelou que o circuito foi sendo percorrido com confiança e respeito ao processo. "Chegar a Esteio já é difícil, depois ser finalista e conquistar o prêmio. Viemos confiantes, mas conhecendo o passo a passo, porque se sabe que o Freio de Ouro vai até a última volta", disse Marquez. Pontuando sempre entre os primeiros colocados nos resultados parciais, a égua iniciou em quinto lugar na Morfologia, depois avançou para a segunda colocação nas provas de Andaduras/Figura/VSP/Esbarradas; primeiro lugar na Mangueira I e quinto no Campo. No sábado, abriu a final com o primeiro lugar na Mangueira II, vencendo também Bayard e Campo II. "Foi merecida porque é muito bonita e fez provas muito boas. Houve um nível muito equilibrado, especialmente entre as fêmeas", referendou o jurado Rodrigo Díaz de Vivar, responsável por determinar as notas entre as fêmeas, juntamente com Mário dos Santos Suñe e Telmo de Oliveira Peixoto.
Já o Freio de Prata ficou com Harmonia do Açungui (Box 38), com 20.229 pontos. O expositor é Guilherme Wendler da Cabanha Açungui, da cidade de Balsa Nova (PR). A colorada salina carrega a genética do pai Real Invido do Purunã e da mãe, Suntuosa do Purunã, e foi conduzida pelo ginete Fabrício Brunelli Barbosa. O Paraná também conquistou o Freio de Bronze. A colorada douradilha Belle Que Bela (Box 08) somou 20 215 pontos e integra o plantel da criadora e expositora Elizabeth Lemanski, da fazenda Paraíso, de Balsa Nova (PR). O Freio de Alpaca foi para Santa Vitória do Palmar com Oferenda da Tamanca (Box 32). A douradilha somou 20 179 pontos e tem Chicão de Santa Odessa como pai e Campana Tarimbera como mãe. Montada por Ricardo Gigena Wrege e exposta por Lauro Cardoso Terra e Filhos, da Estância Tamanca.
Entre os machos, Ópio da Baraúna (Box 56) fez uma campanha ascendente até a conquista do Freio de Ouro, provando que o coração de crioulista é forte. Atual Bocal de Ouro, é inédito na final do Freio, onde somou 20 218 pontos. "Ele não veio ponteando, mas foi regular e cresceu muito na final hoje", destacou o jurado Carlos Marques Gonçalves Neto, que fez as avaliações juntamente com Federico Arguelles e Francisco Kessler Fleck, tendo Luciano Corrêa Passos como reserva. A vitória foi comemorada pelo criador Vanderlei Guerra, da Baraúna Agropastoril. "Foi maravilhoso. São 34 anos criando cavalos Crioulos e esse é nosso primeiro Freio de Ouro", disse o crioulista de Arroio Grande. A experiência do ginete tricampeão do Freio de Ouro Raul Teixeira Lima ajudou na conquista. "O cavalo é um fenômeno, ele merecia estar no pódio. Eu sabia que eu tinha um cavalo competitivo e que podia crescer muito hoje", disse reforçando anos de dedicação e treinamento.
O Freio de Prata foi para Campana Echo a Mano (box 91). O cavalo zaino montado por Tomaz Marques Gonçalves e exposto por André Rodigheri, da Cabanha Rodigheri, de Osório (RS), somou 20,183 pontos. O colorado Justiceiro 111 do Imaguare (Box 86) ficou com o Freio de Bronze. Montado pelo ginete Fabrício Brunelli Barbosa, foi exposto pelo Condomínio Justiceiro 111 do Imaguaré, somou 20.150 e leva a genética de Malke Brasão e Tdo Amistad. La Castellana Norteño leva para Goiânia (GO) o Freio de Alpaca, com 20,030 pontos. O animal do box 89 é filho de Matreiro do Itapororó e Madriguera Névoa e foi exposto por Victor Barbosa Penner, da Cabanha Gameleira, tendo como ginete Eduardo Weber de Quadros.
Confirmando a tradição que se estende por 44 edições, o presidente da ABCCC, César Augusto Rabassa Hax, lembra que o Freio de Ouro é mais do que uma competição, é celebração. "A cada edição temos mais público, mais responsabilidade e fazemos de tudo para dar certo. Quando chega o final da última corrida, que emociona, a gente olha para trás e vê que tudo foi bem-feito. Foi um ótimo Freio ", comemorou.
O ciclo 2024/2025 mobilizou 1 411 conjuntos em oito classificatórias, sendo que apenas 96 habilitaram-se para Esteio e 32 para a grande final deste sábado.
Deixe seu comentário