URUGUAIANA JN PREVISÃO

Valente

A égua que sofria maus-tratos e hoje vive no campo

Divulgação imagem ilustrativa - fireção ilustrativa -

Em outubro de 2018 ela estava indo trabalhar mesmo estando prenha. Carregava peso puxando uma carroça, rotina essa que fazia parte de sua vida. Quando as dores vieram para o potrinho nascer desesperada se deitou no chão, aquele que então era o seu dono começou a açoitá-la e exigir que se levantasse, mas a dor do parto era maior, não havia condições de ficar em pé. Pessoas que estavam passando e moradores daquela rua foram chegando e pedindo para que a crueldade acabasse, e em meio a tantas discussões os órgãos de segurança e bem estar animal foram chamados. Enquanto acontecia toda essa confusão, o cavalinho nasceu.

Os dois foram levados para um lugar mais seguro, porém com pouca pastagem e condições precárias de alimentação para a mãe e o filhote. O responsável da época queria muito dar um novo lar para a égua apreendida e seu bebê. Um de seus colegas comentou que já havia ajudado outros potrinhos sem mãe que foram sacrificadas doando eles para um homem que gostava de cavalos, mas não tinha condições de comprar algum. Ele foi chamado, mesmo sem saber o que estava acontecendo levou sua filha de três anos, também apaixonada por esses animais para o acompanhar.

Chegando lá ouviu novamente a triste história da égua que ele já estava acompanhando junto com sua família e amigos pelas redes sociais e rádio. A indignação com tanta crueldade fez aceitar o desafio de cuidar dela e do seu potrinho, recebeu os documentos e o direito de dizer que a partir daquele momento ela pertencia a sua família que tem como costume deixar para a pequena filha escolher o nome dos cavalos que ele e Paulo salvaram.

Os dois primeiros que chegaram receberam os nomes de Cacá, porque era a forma que a filha conseguia dizer cavalo na época e Goe, forma como dizia o nome do goleiro do Grêmio da qual gostava e que fazia parte do time do coração da família. Agora era hora de batizar os mais novos integrantes. A discussão foi grande, e da mamãe veio a idéia de chamá-la de Valente, por sua força e bravura no momento de tanto sofrimento e confusão ainda conseguir parir. Já o cavalinho foi chamado de Derik, a menina que escolheu.

Com a ajuda do Sid os dois atravessaram a cidade, foi aquele encanto ver um cavalinho tão pequenininho ao lado da sua mãe. Com um reboque alugado, próprio para cavalos a mudança foi feita. Ainda assustada Valente não deixava que se aproximassem muito, mas nunca foi agressiva. Quando chegou lá pelas bandas de um pequeno campo onde mora o tio Flor, ao avistar vários animais e outros cavalos soltos, ela relinchou. Parecia que sabia que sua vida iria mudar a partir daquele momento. Alguns dias depois o potrinho não resistiu, infelizmente eles ainda estavam fracos apesar de todos os cuidados que estavam recebendo, não teve como salvá-lo. Só que alguns meses antes uma éguinha que também havia perdido a mãe para ser sacrificada, e tinha recebido o nome de Menina havia chegado naquele lugar. Ficaram companheiras uma da outra.

Hoje a Valente vive lá com outros cavalos, recebendo os cuidados necessários do Sérgio, homem do campo que também gosta dos animais. Misturou seus cavalos com os nossos, ainda sem uma marca própria, já que ainda não tivemos condições de fazer. Cada com uma história tão bonita de resgate e de uma nova oportunidade para viver. Depois de anos de muito trabalho, a nova rotina da Valente é carregar no lombo para passear a família que com carinho a adotou.


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