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João Eichbaum
LIÇÕES DA NATUREZA
A história da terra, segundo as ciências geológicas, teve início há 4 bilhões e 54 milhões de anos, com a formação dos planetas que constituem seu sistema solar. Esse período inicial é chamado Éon Hadeano. A palavra Éon, embora derive do grego, hoje não é empregada no sentido original. Na sua raiz, ela tinha significado mitológico, para designar emanações divinas. Atualmente serve à designação de um espaço indeterminado, mas muito longo, do tempo. Esses espaços temporais designados pelas ciências geológicas são quatro: Hadeano, Arqueano, Proterozoico e Fanerozoico.
Somente sessenta e nove milhões de anos depois, começou a formação das primeiras rochas na terra. Esse fenômeno marca o início do éon Arqueano. Por esse tempo, só os Procariontes, organismos unicelulares primitivos, representavam a vida na terra. Hoje são poucas as rochas originais porque, devido à intensa atividade geológica, a crosta terrestre sofreu muitas e grandes transformações.
Não, não se trata de uma aula de geologia, ou de uma história completa da terra até os dias em que estamos vivendo. Trata-se de uma premissa, para mostrar que o nosso planeta está sujeito às reações químicas que representam os humores da natureza e, por isso, ele não dorme em berço esplêndido. Nada é estático, eterno, imutável no universo. A vida no planeta, que começou com os Procariontes, hoje tem, entre outros animais, o homem. E tudo isso é fruto do dinamismo que fomenta a evolução.
A catástrofe, que se abateu sobre o Rio Grande do Sul, outra coisa não é senão um fenômeno próprio das mudanças de humor da natureza. As vozes que estridulam críticas contra o homem pelos estragos que ele produz no meio ambiente, sugerem que, se não fosse esse bicho humano, a natureza seria uma coisa serena, sempre agradável, do tamanho e do número do gosto de cada um.
Os desmandos do homem podem produzir coceiras, importunações ao planeta, mas não têm a força que os energúmenos pela causa ambiental pretendem. É falta de conhecimento sobre a história da terra e sobre o comportamento dos planetas, ou o desconhecimento de que todo o sistema do universo é fruto de reações químicas, que alimenta os pretensos líderes da causa ambiental, cria movimentos internacionais e arrasta protestos que seriam incapazes de mudar o comportamento desse animal chamado homem. Esse se preocupa, antes de mais nada, em atender aos apelos das funções reprodutoras, sem pensar no que isso irá contribuir para aumentar a população do planeta e, consequentemente, a produção de lixo.
No Rio Grande do Sul, tivemos, há oitenta três anos, uma enchente em condições semelhante a essa que estamos vivendo nesses dias. Naquele tempo não se tinha notícias da destruição de florestas, do amontoamento do lixo venenoso produzido pelo plástico, da sujeira nos rios. Nada se notava que, aparentemente, pudesse causar danos ao meio ambiente. Carne e pão eram enrolados em papel, o leite era transportado em tarros de metal. Nenhum alimento era condicionado em plástico. Mas, nem por isso, a natureza deixou de inundar o Rio Grande.
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