Estudo revela que crimes contra a vida seguem sem prioridade do poder público
Violência Hospitalar
Médica sofre agressões e ameaças durante plantão no PS

Helena Biasi/JC - A médica foi ameaçada e tentou se proteger com auxílio de colegas.
Uma médica que atua como plantonista no Pronto Atendimento do Hospital Santa Casa de Uruguaiana (HSCU) foi alvo de agressões verbais, tentativa de violência física e ameaças de morte na noite de domingo, 17/8, por volta das 19h40.
Segundo ela, o autor, um homem de 57 anos, buscou atendimento na unidade solicitando a substituição de uma sonda peniana, procedimento que havia sido realizado dias antes e que não apresentava indicação médica para nova intervenção. Ao receber a negativa, o paciente reagiu com fúria, se dirigindo de forma violenta contra a profissional e proferindo xingamentos diante de outros usuários que aguardavam atendimento.
De acordo com testemunhas, o homem avançou na direção da médica com intenção de agredi-la, mas foi contido por um técnico de enfermagem, que conseguiu evitar o ataque. Mesmo ao deixar o hospital, o agressor teria repetido ameaças, afirmando que “mataria a médica de qualquer maneira”.
A Brigada Militar foi chamada, mas quando chegou ao local o homem já havia fugido. Segundo relato da vítima, a gestão da Santa Casa teria orientado para que ela não fosse até a delegacia registrar ocorrência, sob a justificativa de que não poderia abandonar o plantão.
O marido da médica, que também é profissional da área da saúde, diz que o paciente já possuía histórico de condutas semelhantes, exigindo trocas desnecessárias de sondas e solicitando que o procedimento fosse feito apenas por mulheres. Conforme ele, outros funcionários estariam sendo pressionados a não registrar novos boletins relacionados ao episódio.
O caso foi registrado por meio de boletim de ocorrência, com apoio dos familiares da médica, na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA). O fato será encaminhado à 2ª Delegacia de Polícia. Até o fechamento desta edição, a ocorrência ainda não havia chegado ao delegado responsável, Wellington Pinheiro.
Posicionamento do Hospital
Familiares e testemunhas dizem que a profissional não recebeu o devido amparo de sua empregadora. Questionado pelo CIDADE, o Hospital Santa Casa não respondeu sobre as alegações até o fechamento desta edição, e se limitou a dizer, em nota, que “não tolera qualquer forma de violência contra seus profissionais” e que “a agressão sofrida não atinge apenas a profissional em questão, mas toda a nossa equipe e o princípio de acolhimento que norteia o atendimento da Santa Casa”. Disse ainda que “medidas cabíveis já estão sendo adotadas”,
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