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Entenda as causas

Diabetes tipo 5 foi reconhecido como uma nova forma da doença

Ilustração/Unsplash - Diferente do diabetes tipo 1 e do tipo 2, diabetes tipo 5 tem origem na privação alimentar durante a infância ou gestação.

A Federação Internacional de Diabetes (IDF, International Diabetes Federation) anunciou o reconhecimento oficial do diabetes tipo 5. Diferente do diabetes tipo 1 (autoimune) e do tipo 2 (associado a resistência à insulina e fatores de estilo de vida), diabetes tipo 5 tem origem na privação alimentar durante a infância ou gestação. Quando o corpo não recebe nutrientes adequados em fases críticas do desenvolvimento, o pâncreas pode crescer de forma reduzida, resultando em menor capacidade de produzir insulina ao longo da vida. 

Essa condição já havia sido descrita pela primeira vez na Jamaica em 1955 e, por um período, chegou a ser classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). No entanto, foi retirada por falta de evidências consistentes. Hoje, com novos estudos metabólicos e genéticos, a IDF reafirma sua existência como uma forma distinta de diabetes. 

Quem é mais afetado? 

Estima-se que entre 20 e 25 milhões de pessoas no mundo vivam com diabetes tipo 5, a maioria em países de baixa e média renda. Os casos são mais frequentes em homens jovens com baixo peso corporal (IMC abaixo de 19), que muitas vezes acabam recebendo diagnóstico incorreto de diabetes tipo 1. 

Um aspecto importante é que, embora apresentem altos níveis de glicose no sangue, esses pacientes não desenvolvem cetose (acúmulo perigoso de ácidos no organismo), característica comum no diabetes tipo 1. Esse detalhe clínico ajuda a diferenciar os dois tipos e reforça a necessidade de protocolos diagnósticos específicos. 

Causas do diabetes tipo 5 

A principal causa do diabetes tipo 5 é a fome prolongada ou alimentação deficiente em proteínas e micronutrientes durante a infância e a adolescência. Estudos recentes demonstraram que pessoas com esse subtipo produzem menos insulina que indivíduos com diabetes tipo 2, mas mais que aqueles com tipo 1. Além disso, diferentemente do tipo 2, a sensibilidade à insulina costuma estar preservada. 

Isso mostra que não se trata de uma simples variante, mas de uma condição metabólica própria, diretamente ligada ao histórico de desnutrição. 

Desafios no diagnóstico e no tratamento 

Muitos pacientes recebem doses altas de insulina, o que pode ser perigoso, já que suas necessidades são diferentes das de pessoas com diabetes tipo 1. Pequenas quantidades de insulina combinadas com medicamentos orais podem ser mais eficazes. 

Outro ponto é a nutrição adequada. Dietas com mais proteínas e menos carboidratos, além de suplementação de micronutrientes, podem ter papel relevante no tratamento, embora ainda sejam necessários mais estudos para definir diretrizes claras. 

O passo dado pela IDF em reconhecer o diabetes tipo 5 como uma nova forma da doença abre caminho para novas pesquisas e melhores estratégias de diagnóstico e tratamento. 

Tipos de diabetes 

  • Tipo 1 — autoimune, destrói células produtoras de insulina. 
  • Tipo 2 — resistência à insulina + produção insuficiente. 
  • Gestacional — surge na gravidez. 
  • Secundários/monogênicos — MODY, neonatal, LADA, 3c etc. 
  • Tipo 5 — ligado à desnutrição, pouca insulina sem autoimunidade. 
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