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Dia do Gaúcho
Semana Farroupilha irá homenagear o centenário de Darcy Fagundes

Divulgação - Darcy Fagundes foi a grande voz por trás do programa “Grande Rodeio Coringa”
Na noite desta quinta-feira, 21/8, a Praça Farroupilha da 4º Região Tradicionalista sediou o lançamento do tema da Semana Farroupilha 2025, organizado pela 4ªRT e pela comissão local dos festejos. O evento reuniu autoridades, lideranças tradicionalistas e a comunidade, marcando o início de uma das celebrações mais importantes da cultura gaúcha.
Com o tema “Ondas curtas para uma história longa – O centenário de Darcy Fagundes e os 70 anos do Grande Rodeio Coringa”, os festejos deste ano homenageiam o radialista, declamador e comunicador Darcy Fagundes, figura central na valorização da identidade gaúcha através da comunicação.
Quem foi Darcy Fagundes?
Natural de Uruguaiana, Darcy Fagundes foi declamador, poeta e ator. Fazendo parte de uma das famílias mais conhecidas do estado, Darcy foi o primeiro “Fagundes” a fazer sucesso. O que o levou ao estrelato foi o programa da Rádio Farroupilha “Grande Rodeio Coringa”, que ficou no ar entre 1955 e 1970.
Darcy era primogênito de 11 irmãos dentre eles, Antonio Augusto e Euclides, que ganharam fama, respectivamente, como Nico e Bagre Fagundes - a segunda geração também despontou na cena artística, principalmente Neto, Ernesto e Paulinho, filhos de Bagre.
Aos 15 anos, Darcy desembarcou em Porto Alegre, para estudar e se tornar advogado, grande sonho de seu pai para os filhos homens. Darcy foi o único da prole que não satisfez a vontade paterna. Chegou a cursar duas vezes a faculdade de direito, mas desistiu.
Grande Rodeio Coringa
Em 1955, ele fazia locuções comerciais na Farroupilha, na época, a emissora de rádio mais ouvida do sul do Brasil, quando foi convidado para trabalhar como assistente de Paixão Côrtes, num programa sobre tradicionalismo. Entre outras tarefas, interpretou o personagem Peão Amigo.
Entretanto, Darcy não estava confortável com o papel que lhe foi designado por Paixão e inventou a figura do Peão Vaqueano do rádio. O novo personagem gerou um bordão que o acompanhou pelo resto de sua carreira.
Em certo momento, Paixão se afasta do comando do programa, e assume o folclorista e poeta Dimas Costas, mas, logo depois, Darcy se afirma como apresentador do Grande Rodeio Coringa - que levou este nome para exaltar o principal patrocinador: as Calças de brim Coringa, ideia de Darcy.
Além de apresentar, Darcy declamava, acompanhado do músico Luiz Menezes, autor de clássicos como “Piazito Carreteiro”. O programa foi um sucesso de audiência, motivado, sobretudo, pela efervescência da criação do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) por Paixão e Barbosa Lessa, oito anos antes.
No contexto social, o período pós-guerra e a influência da mídia americana em todos os conteúdos de entretenimento produzidos no Brasil fez com que a autenticidade e a valorização das raízes regionais fosse o trunfo do “Grande Rodeio Coringa”
Ainda, a televisão viria a se popularizar no Brasil apenas na década de 1970 - o primeiro canal produzido no Rio Grande do Sul, a TV Piratini, entrou no ar apenas em 1959. Então, o programa rodava em horário nobre, das oito às dez da noite, e era líder absoluto de audiência nos domingos.
No palco da rádio, duplas nativistas, trovadores e declamadores que vinham de todos os cantos do Estado concorriam a prêmios como um fogão ou pacotes de erva-mate. O vencedor era aquele que era mais aplaudido pela plateia.
Grandes artistas foram revelados como Teixeirinha e Mari Terezinha, Gaúcho da Fronteira, Os Mirins e Os Serranos, além de nomes renomados da trova gaúcha como Formiguinha e Gildo de Freitas.
Cinema Gaúcho
Como ator, Darcy participou de obras como “Para, Pedro” (1969, direção de Pereira Dias) e de O Negrinho do Pastoreio (dirigido por Nico Fagundes, em 1973), com a participação de Grande Otelo.
Alcançou o topo das bilheterias participando de produções protagonizadas por Teixeirinha, como Pobre João, de 1975, e Tropeiro Velho, de 1979. Darcy faleceu em 22/6 de 1984, aos 55 anos, vítima de câncer.
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