URUGUAIANA JN PREVISÃO

ENTREVISTA

Uruguaianense é a nova vice-presidente do TRE-RS

Eduardo Nichele/Especial JC - Desembargadora Maria de Lourdes foi empossada como vice-presidente e corregedora regional do TRE-RS

Na quarta-feira, 28/5, foi realizada a cerimônia de posse na nova direção do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). O desembargador Mario Crespo Brum foi empossado como novo presidente, para a gestão 2025/2026. Ele assume o cargo no lugar do desembargador Voltaire de Lima Moraes. Na ocasião, a desembargadora uruguaianense Maria de Lourdes Braccini de Gonzales tomou posse como vice-presidente e corregedora do regional gaúcho. O ato solene aconteceu no plenário da sede histórica da instituição.

Em seu discurso de despedida, o desembargador Voltaire de Lima Moraes, relembrou que quando tomou posse como presidente do TRE-RS, em maio do ano passado o estado passava por uma tragédia climática. Por este motivo a cerimônia de posse aconteceu de forma discreta e respeitosa

Lembrou que, devido à catástrofe climática provocada pelas enchentes, as eleições municipais de 2024 foram difíceis e desafiadoras, pois várias zonas eleitorais foram atingidas, inclusive a sede do Tribunal. Foram realizadas reuniões virtuais para estabelecer políticas de ações imediatas. Também foram lançadas campanhas institucionais: uma para arrecadar mesários voluntários e outra para evitar o número abstenções, que contou com o apoio dos cinco tribunais gaúchos.

Por fim, agradeceu todos os seus familiares em especial a sua esposa, filhos e neto pelo incondicional apoio.

O desembargador Mario Crespo Brum fez agradecimento aos familiares e ao órgão especial do Tribunal de Justiça do RS, na pessoa do desembargador Alberto Delgado Neto. Lembrou que toma posse em uma data simbólica, pois a 80 anos a Justiça Eleitoral foi reestabelecida no Brasil. Registou que as eleições do próximo ano serão desafiadoras devido à ameaça da desinformação. “Vivemos tempos desafiadores. A tecnologia transforma a dinâmica da comunicação, ampliando o alcance da informação, mas também exigindo vigilância constante contra a desinformação que corrói a confiança pública e ameaça a integridade do processo eleitoral”. Porém, garantiu que a Justiça Eleitoral estará preparada para enfrentar os desafios que surgirem.

Ele destacou que a sua principal missão, na presidência do TRE-RS, será preparar a instituição eleitoral para as eleições de 2026, ainda que em tempos turbulentos. “Assim têm sido as eleições no nosso país, dada a polarização política vivida na última década. Nossa tarefa aqui será garantir que, polarizada ou não, a eleição transcorra de forma constitucional e legal”.

A solenidade foi transmitida, ao vivo, pelo canal do TRE gaúcho no YouTube e teve a tradução simultânea para Língua Brasileira de Sinais (Libras).

“Não lembro de ter pensado em exercer outra profissão”

Além de vice-presidente do TRE-RS neste ano, Maria de Lourdes Braccini de Gonzales assumirá o comando da corte em 2026, e estará à frente das eleições no Estado.

O CIDADE conversou com exclusividade com a Desembargadora.

Confira.

Conte um pouco da sua trajetória, sua escolha pelo Direito e depois por ingressar na magistratura

Nasci e me criei em Uruguaiana, passei a infância em Uruguaiana, e mudei para Porto Alegre para fazer o curso de Direito. Eu realmente não sei dizer o porquê de escolher o curso de Direito. A vida inteira eu quis ser juíza e, cursei Direito exatamente visando a magistratura. Não me recordo de alguma vez ter pensado em ser outra profissão. Sou de uma família com vários filhos, e sou a única que optou pelo Direito.

Bom, me mudei para Porto Alegre, fiz a faculdade de Direito, me formei. E em 1982 fiz concurso para pretor, ingressei como pretora, e posteriormente passei no concurso para juíza de Direito. Foi designada para as comarcas de Ijuí, depois General Câmara e Canoas. Nas comarcas de General Câmara e Canoas eu fui Juiz Eleitoral. Foi quando começou minha ligação com a Justiça Eleitoral. Em 1990 eu fui promovida para Porto Alegre e logo a seguir foi convidada para exercer a função de juíza corregedora, cargo que exerci até 2004. Nesse período deu para conhecer de perto os desafios da administração judiciaria. Depois disso retornei para a jurisdição comum e novamente fui juíza eleitoral, em Porto Alegre, por dois anos. Logo em seguida, eu passei a integrar o pleno Tribunal Regional Eleitoral (TRE), onde eu atuei por cerca de três anos.  Em 2019, fui promovida a desembargadora. E agora, com muita honra, fui eleita pela Ordem Especial do Tribunal de Justiça para exercer o cargo de vice-presidente e de corregedora regional eleitoral.

A senhora ainda mante vínculo com Uruguaiana?

Sim! Tenho dois irmãos e vários primos em Uruguaiana e eventualmente vou a uruguaiana visitá-los.

Tivemos um número significativo de abstenções na última eleição municipal e aí se falou muito em como solucionar essa questão da ausência nas urnas. O que a senhora pode falar a respeito disso?

Devem ser feitas campanhas. É preciso conscientizar a popular. E esclarecer da necessidade e da importância do voto. Porque, afinal de contas, somos nós, eleitores, que elegemos os representantes da nossa comunidade.  E eles são legitimados pelo nosso voto.  E os partidos políticos também poderiam ajudar nessa campanha.

Todo ano de eleição, temos a disseminação de informações de que a urna eletrônica não é segura. O que a senhora pode nos dizer sobre a confiabilidade e segurança da urna eletrônica?

Realmente, todos os anos de eleição no Brasil surge a pergunta se a urna eletrônica é realmente segura.  A urna eletrônica não é vulnerável a ataques externos. Ela funciona de forma isolada, não é ligada a nenhum outro sistema.  Funciona sem qualquer hardware ou software que possua conexão de forma que não seja local. Para destacar, o sistema Linux contido na urna é preparado pela Justiça para não incluir nenhum mecanismo de software que permita conexão com redes ou acesso remoto. As mídias utilizadas pelo Justiça Eleitoral são protegidas e preparadas por técnicas modernas que não permitem modificar qualquer arquivo presente nessas mídias.

No próximo ano, a senhora será presidente do TRE. Qual sua expectativa para presidir uma eleição?

Esse trabalho, para as eleições de 2026 já começaram, já na sequência das eleições 2024. Eu diria que o TRE é uma instituição que não para: termina uma eleição já começa a se preparar a próxima.

Eu acredito e espero que as eleições sejam na maior tranquilidade possível. É a tradição do nosso TRE. As nossas eleições sempre são muito tranquilas.  Na última eleição, a nível nacional, que todo mundo achava que teria alguns problemas, aqui não ocorreu. Ocorreu na maior tranquilidade. O povo gaúcho é muito educado e tem um alto nível político.

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