URUGUAIANA JN PREVISÃO

Rubens Montardo Junior

Um sábio francês nas Américas

Na República Argentina, uma programação especial marca os 250 anos de nascimento do renomado cidadão francês Aimé Jacques Alexandre Goujaud Bonpland (La Rochelle, França, 22 de agosto de 1773 — Santa Ana, Argentina, 4 de maio de 1858). Bonpland foi um botânico, médico, explorador, filantropo, educador, político, comerciante e industrial francês, que se celebrizou pela viagem de exploração do continente americano que empreendeu com Alexander von Humboldt e pela sua decisão de renunciar aos meios científicos e sociais de Paris para viver na América.

Recebeu de seu pai a alcunha Bonpland, que adoptaria como nome, e pela qual ficaria conhecido. Destinado a seguir a carreira paterna, Bonpland fez os seus estudos preparatórios em La Rochelle, demonstrando desde muito jovem interesse pelas Ciências Naturais. Em 1791, com apenas 17 anos de idade, parte para Paris, onde cursa estudos de anatomia e inicia o estudo da botânica. Sua biografia pode ser dividida cronologicamente em: Humboldt e a viagem às Américas (1799-1804); viajou pela Venezuela e Brasil (Junho de 1799 a Dezembro de 1800); Cuba (Dezembro de 1800 a Março de 1801); Colômbia, Peru e Equador (Março de 1801 a Março de 1803); México (Março de 1803 a Abril de 1804); Cuba e Estados Unidos (Abril de 1804 a Agosto de 1804); O retorno à Europa e a estadia em Paris e a superintendência do Château de Malmaison (1804-1816); O regresso à América do Sul (1816-1821); O aprisionamento no Paraguai (1821-1831); e O lavrador e o político (1831-1855).

Em 1855, e apesar dos seus 82 anos de idade, a pedido de Juan Pujol, o governador de Corrientes, aceita a tarefa de criar, instalar e organizar o Museu Provincial. Reconhecendo os inúmeros serviços prestados na província, em 1856 foi-lhe concedida, a título de mercê, a propriedade dos campos que lhe haviam sido outorgados em enfiteuse pelo governo de Pedro Ferré. Ainda, recebeu respeitosas atenções e uma carta de homenagem do Presidente da República Argentina, general Justo José de Urquiza. Com a provecta idade de 85 anos e depois de uma vida cheia de aventuras e perigos, a 10 de Maio de 1858 é surpreendido pela morte quando se encontrava descansando serenamente no seu estabelecimento rural de Santa Ana. Procurando dar-lhe sepultura condigna, a sua filha, Cármen, resolveu fazer transportar o corpo em carreta até Paso de los Libres, cujo nome era então era Restauración.

Entretanto, o governador Juan Pujol, ao tomar conhecimento do fato, enviou um destacado profissional para embalsamá-lo e transportar os seus restos a Corrientes, a capital provincial, para aí lhe serem prestadas as devidas honras fúnebres. O embalsamamento realizou-se em Paso de los Libres e foi feito pelo Dr. Antero de Rivero, numa casa particular da cidade. Como parte do processo de embalsamamento constava a dissecação ao Sol, sendo por isso o corpo de Bonpland colocado a secar à porta da casa onde se realizava o procedimento. Infelizmente, um bêbado passou pelo lugar, num momento em que ninguém guardava o cadáver, e acreditando-o vivo, saudou-o: perante a falta de resposta, ofendido, atacou-o, dando-lhe uns murros que malograram o processo final de embalsamamento. Em resultado de tão macabra circunstância, ficou malogrado o intento de trasladar o corpo para Corrientes, sendo este sepultado no cemitério de Paso de los Libres, onde ainda hoje numa humilde urna descansam os seus restos mortais. A localidade de Santa Ana, onde Aimé Bonpland morreu, é hoje em sua homenagem conhecida como Bonpland, imortalizando assim na toponímia da região onde escolheu viver o nome do grande botânico e explorador, relembrado pela sua sabedoria, humildade e bondade. (Fonte: Wikipedia)

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