URUGUAIANA JN PREVISÃO

TRANSPARÊNCIA

Simers cobra fiscalização do Legislativo sobre repasses à Santa Casa

Helena Biasi/JC - Simers quer que o Legislativo cobre formalmente a comprovação da quitação dos débitos com médicos celetista por parte da Santa Casa

O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) encaminhou um ofício (852/2025) ao presidente da Câmara Municipal, Joalcei ‘Juca’ Gonçalves (PP), solicitando que o Legislativo intensifique a fiscalização sobre a aplicação dos recursos municipais destinados ao Hospital Santa Casa de Uruguaiana (HSCU). O pedido ocorre após a aprovação, pelos vereadores, do Projeto de Lei 165/2025, que autorizou o repasse de R$ 1,3 milhão ao hospital para pagamento de salários e honorários médicos.

No documento, o Simers destaca que a medida aprovada pelo legislativo traz condições, metas e prazos que precisam ser rigidamente acompanhados para garantir a regularidade da assistência em saúde. O sindicato lembra que os atrasos nos pagamentos aos profissionais persistem desde fevereiro e que a situação financeira da Santa Casa continua crítica, sobretudo em áreas essenciais como a pediatria, urgência e emergência.

Segundo o parecer da Comissão de Finanças e Orçamento, citado no ofício, o projeto possui respaldo jurídico e orçamentário, e reforça a necessidade de transparência e controle social. O mesmo entendimento aparece no Plano de Trabalho apresentado pelo hospital em 1º/10, que reconhece a gravidade do cenário e a urgência em restabelecer fluxos mínimos de atendimento para evitar desassistência.

Condições

O Simers solicita que a Câmara cobre formalmente da Administração Hospitalar e do Executivo documentos como: comprovação da quitação dos débitos com médicos celetistas e autônomos referentes a junho, julho e agosto; relatório detalhado do uso dos recursos já repassados; cronograma de repasses subsequentes; e prestação de contas dentro do prazo legal. O sindicato também pede que as comissões permanentes realizem acompanhamento contínuo da execução financeira.

Caso haja descumprimento das obrigações previstas em lei, o ofício sugere que os responsáveis sejam convocados para prestar esclarecimentos públicos.

O sindicato afirma que, mesmo enfrentando meses de atraso nos pagamentos, os profissionais mantiveram os atendimentos e evitaram o colapso dos serviços. Para o Simers, garantir que os recursos cheguem aos médicos e sejam aplicados corretamente é condição indispensável para recuperar a confiança e manter a assistência à população.

Recursos ‘extras’

O projeto que aprovou o repasse de R$ 1,3 milhão para a Santa Casa foi o sétimo repasse de recursos ‘extras’ enviados à instituição neste ano. Desde o início do ano, quando a crise financeira na Santa Casa se agravou, a instituição vem recorrendo aos cofres do município e os repasses já somaram

Somente esse ano foram cinco aportes de dinheiro público, que totalizaram R$ 6,5 milhões extras, que se somam aos valores repassados mensalmente para manutenção de serviços como Pronto Socorro, Clínica Renal e Banco de Sangue.   

O primeiro foi em janeiro e, segundo a instituição, utilizado para compra de medicamentos oncológicos, no valor R$1,5 milhão. Já em março, recebeu R$200 mil para despesas de serviços; outros R$100 mil para manutenção da Clínica Renal em abril; R$1,5 milhão em junho, para pagamento de salários; e outros R$ 1,3 milhões neste mês, também para compra de medicamentos oncológicos. Em setembro, foram repassados R$ 600 mil para pagamento de salários de médicos celetistas, honorários de prestadores autônomos e serviços médicos contratados por pessoas jurídicas; e dez dias depois, outros R$ 1,3 mil, também para pagar vencimentos dos médicos, sejam eles celetistas, prestadores autônomos ou pessoas jurídicas.

Simers cobra fiscalização do Legislativo sobre repasses à Santa Casa Anterior

Simers cobra fiscalização do Legislativo sobre repasses à Santa Casa

Aprovado PL que anula resolução do Conanda sobre aborto em casos de violência sexual infantil Próximo

Aprovado PL que anula resolução do Conanda sobre aborto em casos de violência sexual infantil

Deixe seu comentário