Emancipação
Uruguaianense homenageia seu município em data comemorativa
Jairo Souza/JC imagem ilustrativa - fireção ilustrativa -
Confira o poema escrito pelo ex-boxeador Dione Ferreira, em homenagem a Uruguaiana.
MINHA CIDADE
(dezembro 2006)
Lembrei da minha cidade
Terra que me viu nascer,
E ao mesmo tempo crescer
Ficar forte, homem feito!
E, esta saudade no peito,
Aumenta a minha lembrança,
Te amo minha cidade
E hoje sinto saudade,
Dos meus tempos, de criança!
E hoje, ou quando distante!
Sinto saudades de ti,
Dos meus tempos de guri
Do futebol no campinho,
Da amizade do carinho
Da menininha arisca,
Minha primeira namorada
Filha da velha empregada,
Que tinha a dona Francisca.
Lembro tuas ruas de terra
E de algum velho casarão,
Que hoje aos poucos vão
Dando lugar para os prédios,
E aqueles de andares médios
Na lembrança rasgam o véu,
Pois muitos já destruídos
Hoje são substituídos,
Pôr imenso arranha céu!
Estas ficando moderna
E cada vez mais bonita,
E a ânsia que em mim palpita!
É ver-te bem mais feliz,
Pois tem algo que me diz
Que sofres junto comigo,
E teu passado se vai
Como as águas do Uruguai,
Teu velho rio, sempre amigo!
Figuras tradicionais
Símbolos da nossa cidade,
Hoje ficam na saudade
Minha querida Uruguaiana,
Tinha o PEPE caravana
O chimbica o loló o Margarida,
O sete trouxas e o Bitas
Lá da zona das cabritas,
Tudo parte da minha vida!
Quem não lembra do Aires Cunha sertanista de renome,
Foi ele o primeiro homem
A casar com uma indiazinha,
Guardei na lembrança minha
Essa figura singela,
Casou com a índia DIACUÍ
Sua filha ainda vive aqui,
As vezes, eu vejo ela!
Quantas firmas fecharam as portas
E já não existem mais,
Mas lembro as tradicionais
Que eram buenas de fato,
E o café do Ciro Prato
O de melhor qualidade,
Feito com muito carinho
Servido em todo barzinho,
Que tinha pela cidade
A antiga colonial
E o famoso trein irmão,
Tudo é recordação
Que a lembrança faz apelo,
E a padaria modelo
Até hoje ainda resiste,
Os Rispoli: vidraçaria e mercado
Continuam de pé trancado;
Lembrança, que não é triste!
O demais...Só trás saudade!
Saudade que me aniquila,
Tinha o armazém favila
O Papaléo o mileto e boa vistas,
E os saudosos radialistas
Mario Pinto e papaléo,
O grande rodeio charrua
O Mascoff continua,
Animando lá no céu!
Se foram os dois irmãos
Milton e Antonio Souza,
Veja só como é a cousa
Minha querida cidade,
Dois gaúchos de verdade
Cada qual na sua função,
Um divulgando a notícia!
E o outro com perícia,
Divulgava a tradição!
Quantos banhos eu tomei
No salso lá da grutinha,
Quando da charqueada eu vinha
Depois de um baile buenaço,
Pra desfazer o cansaço
De bailar a noite inteira,
Depois rumava para o povo
E de noite estava de novo
Bailando na domingueira.
Oiga-le tempito bueno
Que só nos resta saudade,
Era tão pura a amizade
Que sempre a gente fazia,
Sempre tinha uma guria
Dessas morena lindaça,
Pra nos chamar pro fandango
Num vanerão, xote ou tango,
Que levantava fumaça.
Ah! Minha linda Uruguaiana
Cidade do meu anseio,
Quanta lembrança me veio
Ao ficar pensando em ti,
Lembrei tudo o que vivi
Mas, tudo passa, tem fim!
Porque então minha cidade
Esta imensa saudade,
Não passa, dentro de mim!
(Dione Ferreira)
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