Crime Cibernético
Investigação identifica autor de ameaça a escola em Itaqui

Divulgação/PCSP - Mandado de busca e apreensão em SP apreende celular e computador do suspeito.
Uma investigação conduzida pela Delegacia de Polícia de Itaqui resultou na identificação do autor de uma ameaça grave feita contra o Colégio Estadual São Patrício (Cesp), no município vizinho, em abril deste ano. A apuração, que contou com o apoio da Polícia Federal, da Polícia Civil de São Paulo e da polícia da Suíça, desvendou a origem de um e-mail com conteúdo racista, violento e ofensivo enviado à escola no dia 10 de abril.
A mensagem eletrônica recebida pela instituição continha ameaças explícitas de ataque armado, apologia à violência e discurso de ódio contra mulheres, negros, judeus, pardos e pessoas com deficiência. Dentre os trechos mais alarmantes, estavam frases como “vamos assassinar o máximo de crianças possíveis” e “as crianças dessa maldita escola não sobreviverão para comemorar a Páscoa”.
Segundo o delegado de Polícia Civil de Itaqui, Rodrigo Bobrzyk, a ameaça tinha como objetivo principal “causar pânico” entre alunos, pais e funcionários da escola. Imediatamente após o recebimento do e-mail, a Polícia Civil identificou que o provedor da conta utilizada para o envio da mensagem estava sediado na Suíça. A partir disso, foi acionado o protocolo da Convenção de Budapeste, tratado internacional de combate ao crime cibernético, que permite a cooperação jurídica entre países.
Com base nas informações fornecidas pelo provedor suíço, após pedido formal transmitido via Polícia Federal à Polícia da Suíça, os investigadores conseguiram localizar o autor da mensagem. Um homem de 20 anos, residente no interior de São Paulo. De acordo com o delegado Bobrzyk, a investigação conseguiu apontar o local exato de onde o e-mail foi enviado, além de identificar o aparelho utilizado.
Na manhã desta quarta-feira, 30/7, com apoio do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de São Paulo, foi cumprido um mandado de busca e apreensão na casa do suspeito. No local, a polícia recolheu um celular e um computador, que serão analisados. Ainda conforme apurado, não há registros de que o indivíduo tenha, de fato, cometido assassinatos, como sugeria o conteúdo da mensagem.
"O caso evidencia dois pontos fundamentais", destaca o delegado. "Primeiro: a importância da colaboração entre as polícias judiciárias, já que essa foi uma investigação conduzida no Rio Grande do Sul, com contribuições decisivas de diferentes forças policiais, inclusive internacionais. Segundo: a quebra do mito do anonimato na internet. Muitas pessoas ainda acreditam, erroneamente, que podem se esconder atrás de telas e escapar da responsabilização legal. Esta investigação demonstrou que isso não condiz com a realidade."
A mãe do investigado relatou às autoridades que o filho possui diagnóstico de esquizofrenia. Mesmo assim, ele deverá responder criminalmente pela ameaça e pelos crimes de ódio proferidos.
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