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Luciana Genro e Fernanda Melchionna visitam Uruguaiana

Gabriela Barcellos-JC imagem ilustrativa - fireção ilustrativa -

As pré-candidatas Luciana Genro (deputada estadual) e Fernanda Melchionna (deputada federal), pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) estiveram em Uruguaiana. Luciana, que foi deputada estadual e federal, é uma das fundadoras do PSOL. Já Fernanda, natural de Alegrete, é vereadora em Porto Alegre, tendo sido a candidata mais votada no último pleito.

A visita teve o objetivo de fortalecer o partido na região, especialmente com a adesão de um novo grupo de jovens filiados em Uruguaiana, e fazer um debate político, além de trazer propostas e ouvir a comunidade sobre as demandas locais com objetivo de levantar temas que possam enriquecer o programa que está sendo montando pelo partido, tanto para o governo do estado quanto para as eleições proporcionais. As duas conversaram com o Jornal CIDADE.


Ceticismo com a política

Elas destacaram que um dos objetivos das conversas é dar maior visibilidade ao PSOL e apresentar o partido como uma opção para o pleito de outubro. "O PSOL é um dos poucos partidos que não está na Lava Jato, não está envolvido em corrupção, com líderes denunciados, processados e muito menos presos", diz Luciana. "De fato, a maior parte dos políticos e partidos usa a política como instrumento de interesses próprios, e não como instrumento de defesa do interesse coletivo. Essa repulsa da sociedade com a política se justifica".

"Nós também temos nojo dessa política institucional. O PSOL foi formado num tempo muito difícil, em que esses partidos que hoje se dizem oposição, estavam dentro ou entrando no Governo Lula. Foi formado porque parlamentares à época - entre eles Luciana - votaram contra a Reforma da Previdência, que tirava direitos dos trabalhadores. Fizemos oposição durante todo o governo petista, denunciando o corte de recursos sociais, a corrupção, dizendo que era necessário ampliar os espaços democráticos para a população e construir uma nova política. Temos trajetória para mostrar que o PSOL é um partido com princípios, com independência e que tem como marca a coerência nas propostas que defende, como o posicionamento contrário aos privilégios dos ricos e dos políticos, o combater a essa lógica de se locupletar e às relações muitas vezes promiscuas entre o público e o privado", completa Fernanda.

Luciana destaca que "embora as pessoas não gostem muito do critério de escolher o partido para votar, é importante olhar a sigla a qual pertence o candidato. Mesmo que seja recente, ele tem uma história. Quais as posições que tem sobre determinados temas?".

Fernanda chamada a atenção para o 'novo' neste pleito. "Há partidos e candidatos que se dizem contra agora, mas que até ontem fizeram parte desse modelo de política e estão querendo aprovar reformas, que na verdade são contra o povo, como a Reforma da Previdência, que somente não foi votada agora porque está próxima a eleição", explica a Vereadora.

"O sentimento de votar em quem estava fora até agora incentiva a busca por pessoas que vem da sociedade civil e, portanto, não estão com os vícios, em tese, da política tradicional. Mas ao mesmo tempo, pode ajudar certas figuras que sempre foram parte dos esquemas, mas de fora da política, e agora se apresentam como alguém novo", diz Luciana.

Conforme elas, é preciso que haja um "governo que de fato ouça o povo, governe junto com o povo". "As pessoas sabem do que precisam e sabem quais medidas precisam ser tomadas na saúde, na educação, na segurança, mas os governos não fazem o que as pessoas querem, fazem o que julgam que é mais adequado para os interesses que defendem", diz Luciana.


Saída da crise

Entre os temas abordados, elas destacam a necessidade de medidas para que o Rio Grande do Sul deixe a crise na qual está mergulhado. "Uma das questões que pretendemos é lutar para fazer um movimento nacional que una outros estados também com problemas, para pressionar pela reversão tanto dos acordos da dívida com a União, quanto da Lei Kandir", adianta Luciana.

Para elas, a saída encontrada pelo Governo Sartori por meio do Regime de Recuperação Fiscal, "não só é ruim como não resolve. Além de trazer um conjunto de prejuízos porque exige privatizações, cortes, arrocho no funcionalismo público, também não vai resolver o problema porque o buraco é muito maior", diz a ex-deputada, lembrando que o PSOL se posicionou contrário ao Regime através do deputado Pedro Ruas. "Como deputada estadual, já falava sobre o problema do acordo da dívida feito por Antônio Britto e Fernando Henrique Cardoso em 1998, que foi a origem da dívida do Estado", lembra. "Sartori usa o mesmo argumento que Britto usava, de que resolveu o tema fiscal. Só que tínhamos uma dívida que começou com R$ 3 bilhões, que foi paga todos os meses com juros altíssimos e hoje está em R$ 50 bilhões. É um acordo lesivo, assim como esse projeto de recuperação fiscal. Vai triplicar a dívida ao longo dos anos e piorar a crise social", completa Fernanda.

"Além disso, temos a Lei Kandir, que desonerou o ICMS, e só beneficia um punhado de grandes exportadores e não se reverte em benefício nem para os municípios onde estão localizados esses exportadores, quando são daqui porque a grande maioria é de fora", lembra Luciana. Elas citam ainda a necessidade de "medidas de saneamento interno que tem a ver com corte de privilégios, cargos de confiança, benefício fiscal - que é uma caixa preta, não existe uma prestação de contas sobre quem é beneficiado com os incentivos fiscais".


Retomada do desenvolvimento

Para as duas, a retomada do desenvolvimento no Estado está atrelada a uma "mudança de lógica necessária". "O Estado abre mão de impostos, cede estrutura para os grandes, sem exigir uma contrapartida. A primeira coisa que a gente vê para esse desenvolvimento é inverter essa lógica. Quem mais gera emprego e mais gera importo é o pequeno e médio empresário, o pequeno e médio agricultor, a pequena e média indústria. Eles precisam de incentivo e acabam engolidos pelos grandes, pela burocracia e pela alta carga tributária. É preciso que o partido que governe não seja uma marionete dos interesses dos grandes, que é o que temos visto", explica Luciana. E por fim, diz que "uma das questões fundamentais para ter desenvolvimento econômico é ter bom nível educacional, ter mão de obra qualificada não somente tecnicamente, mas intelectualmente. Precisamos de uma educação de qualidad

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