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Revid
Capacitação reforça rede de proteção à mulher

Helena Biasi/JC - Profissionais da educação receberam orientações sobre como identificar sinais de violência e agir de forma acolhedora.
Nesta sexta-feira, 23/5, a Rede de Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da Comarca de Uruguaiana (Revid) realizou uma capacitação ao acerca de acolhimento e encaminhamento em casos de violência doméstica no âmbito escolar. O evento ocorreu no Colégio Marista Sant'Ana, reunindo diretores, diretoras, orientadores e orientadoras educacionais.
O evento teve como metodologia o seminário expositivo dialogado, permitindo que os participantes interagissem com perguntas durante as apresentações, além de promover debates ao final de cada tema. As palestras foram conduzidas por profissionais que atuam diretamente no enfrentamento à violência doméstica na cidade.
A programação foi aberta pelo juiz de Direito da Comarca do município, Dr. N. Inácio, que introduziu o tema e destacou a importância do acolhimento qualificado às vítimas. Na sequência, Juliana Tietbohl, coordenadora do Centro de Referência de Atendimento à Mulher (Cram), apresentou as diversas formas de violência doméstica e familiar, bem como o chamado "ciclo da violência".
Segundo Juliana, a cidade já possui uma rede consolidada de enfrentamento, sendo referência quando comparada a outros municípios. “Nós já temos uma rede. Olhando para outros municípios, Uruguaiana já está cumprindo para fazer a diferença no combate à violência contra a mulher. Tentamos fazer a diferença na vida das mulheres da nossa cidade”, destacou.
Ela explicou sobre as diferentes formas de violência contra a mulher, como a psicológica, física e sexual e como estas costumam se interligar. “Tudo geralmente começa com a violência psicológica dentro dos relacionamentos e, infelizmente, muitas vezes desencadeia para a violência física”, pontuou.
Juliana também alertou que a violência doméstica não está restrita aos relacionamentos amorosos, podendo envolver outros vínculos familiares. “A violência pode partir de irmãos, tios e primos, não estando limitada apenas aos cônjuges.”
Durante sua fala, a coordenadora do Cram abordou o ciclo da violência, descrevendo suas etapas: “O primeiro, estar em um relacionamento abusivo e não conseguir sair do mesmo; o segundo, perceber como está a situação e, mesmo assim, voltar para o cônjuge; o terceiro, tentar denunciar, mas ter um empecilho, como filhos ou questões financeiras, e desistir da denúncia; e um quarto, que, na maioria das vezes, acaba em feminicídio.”
A Capitão Amanda Mello, do 1º Batalhão de Policiamento de Áreas de Fronteira (BPAF), explicou o funcionamento das medidas protetivas e, após o intervalo, abordou também a importância de uma perspectiva acolhedora no enfrentamento à violência institucional e à revitimização das mulheres.
O juiz Nildo Inácio retornou à programação para apresentar os órgãos públicos e os projetos locais que atuam no enfrentamento à violência doméstica e familiar em Uruguaiana. Encerrando o ciclo de palestras, a representante da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fase), Nidi Zanferari, falou sobre os sinais e sintomas do abuso sexual infantojuvenil, tema considerado essencial para que educadores possam identificar possíveis situações de risco no ambiente escolar.
“Fazemos reuniões mensais para melhorar o funcionamento e o fluxo de encaminhamento entre os órgãos da rede de proteção à mulher. Estão surgindo iniciativas como estas palestras, que também visam orientar crianças e adolescentes, além das capacitações para profissionais, que são multiplicadores de informações essenciais para salvar vidas, orientar sobre direitos e medidas protetivas”, destacou a policial.
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