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Saúde
Prefeitura realiza mutirão de testes para hepatites virais

Thaís Vieira/Secom PMU - Atualmente, 20 pacientes estão em tratamento contra hepatites virais no município
Na manhã desta segunda-feira, 28/7, a Secretaria Municipal de Saúde promoveu um mutirão de testes rápidos para hepatites virais. A ação foi realizada no Ônibus da Saúde, estacionado em frente à sede da Secretaria, como parte da programação do Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais.
A iniciativa teve como objetivo ampliar o diagnóstico precoce e orientar a população sobre prevenção e tratamento das infecções. De acordo com dados da própria Secretaria, em 2024 o município registrou 69 casos de hepatite C e três de hepatite B. Neste ano, até o momento, já foram diagnosticados 31 casos de hepatite C e dois de hepatite B.
Atualmente, 20 pacientes estão em tratamento contra hepatites virais no município. A Secretaria reforça a importância do diagnóstico precoce, uma vez que a maioria dos casos pode ser assintomática por longos períodos. Com o acesso gratuito aos testes e aos medicamentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ações como o mutirão buscam reduzir a transmissão e evitar complicações graves, como cirrose e câncer de fígado.
Óbitos caíram
De acordo com o Boletim Epidemiológico das Hepatites Virais 2025, divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde no último fim de semana, o Rio Grande do Sul teve queda significativa no número de mortes por hepatite C entre 2019 e 2024 – 51,8%. Já o número de casos registrados caiu 30%, segundo o. O Estado aposta na descentralização do atendimento e em estratégias como testagens rápidas e acesso facilitado ao tratamento.
As ações de rastreio têm como foco grupos mais vulneráveis, como pessoas com mais de 40 anos, usuários de álcool e drogas, pessoas vivendo com HIV, detentos e pacientes em hemodiálise. A testagem e o tratamento são gratuitos, e o acompanhamento é feito nas unidades básicas de saúde.
Cenário Nacional
O Brasil contabilizou mais de 34 mil casos de hepatites virais em 2024, com cerca de 1,1 mil mortes causadas diretamente pela doença. As hepatites atingem o fígado e são provocadas por cinco tipos de vírus — A, B, C, D e E — sendo os tipos B e C os mais comuns no país. Em muitos casos, a infecção é silenciosa e se manifesta apenas após anos, quando já causou danos como cirrose e câncer hepático.
A boa notícia é que a maior parte das hepatites pode ser prevenida. A transmissão varia conforme o tipo: A e E ocorrem pelo consumo de água ou alimentos contaminados, enquanto B, C e D são transmitidas principalmente pelo contato com sangue infectado ou relações sexuais desprotegidas. Objetos de uso pessoal, como lâminas e escovas de dente, também representam risco.
A vacinação é uma das principais estratégias de prevenção. O SUS oferece vacinas contra as hepatites A e B, sendo esta última também eficaz contra o tipo D. A imunização contra a hepatite B começa já ao nascer, com reforços nos primeiros meses de vida, e é recomendada também para adultos não vacinados e gestantes.
O impacto positivo da vacinação é evidente. Em 2013, o Brasil teve 903 casos de hepatite A em crianças menores de cinco anos. Em 2024, foram apenas 16 — uma queda superior a 98%. Já a taxa de detecção da hepatite B caiu de 8,3 para 5,3 casos por 100 mil habitantes, no mesmo período. Especialistas afirmam que é possível eliminar a doença com cobertura vacinal adequada.
Para a hepatite C, que não tem vacina, o SUS oferece testagem e tratamento com antivirais de alta eficácia, com índice de cura superior a 95%. Mesmo assim, em 2024 foram registrados 19 343 novos casos e 752 mortes no país. O diagnóstico precoce é essencial para evitar complicações. Segundo infectologistas, o tratamento iniciado a tempo reduz quase totalmente os riscos.
A meta global é reduzir em 90% a incidência de hepatites virais e em 65% a mortalidade até 2030. Com vacinação ampla, diagnóstico precoce e tratamento eficaz, especialistas apontam que o país caminha para uma geração livre das hepatites virais mais graves.
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