A Universidade Federal do Pampa (Unipampa) teve uma nova patente aprovada pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). A certificação, emitida em 13 de maio, reconhece um método inovador para a produção de estruturas tridimensionais de grafeno, como aerogéis e hidrogéis (materiais com múltiplas aplicações em setores como saúde, meio ambiente e energia). 

O projeto é fruto de um trabalho conjunto entre pesquisadores ligados à Unipampa e outras instituições públicas de ensino superior. A invenção foi desenvolvida por Carolina Ferreira de Matos Jauris, ex-docente da universidade e atualmente vinculada à Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Mayara Bittencourt Leão, ex-aluna do mestrado da Unipampa e hoje professora no campus Caçapava do Sul e José Rafael Bordin, atualmente docente na Universidade Federal de Pelotas (UFPel). 

A técnica patenteada propõe uma abordagem acessível, de baixo custo e com menor impacto ambiental para fabricar materiais à base de grafeno. O processo envolve a preparação de uma solução com óxido de grafeno e um agente redutor, seguida de uma etapa de redução termoquímica em autoclave. No caso dos aerogéis, é realizada uma etapa extra de secagem, permitindo obter materiais leves, estáveis e altamente funcionais. 

Graças à sua estrutura porosa e versatilidade, os compostos produzidos podem ser utilizados em aplicações que vão desde a purificação da água até dispositivos biomédicos, sensores, sistemas de armazenamento de energia, isolamento térmico, blindagem eletromagnética e catálise. 

Para a professora Mayara Leão, o registro da patente representa uma importante valorização da ciência feita em instituições públicas do interior. “Esse reconhecimento reforça a relevância das pesquisas desenvolvidas na Unipampa e evidencia o potencial transformador da produção científica nacional”, afirmou a docente.