URUGUAIANA JN PREVISÃO

Rubens Montardo Junior

A revolta do clima

Os últimos dois fenômenos climáticos que atingiram o Rio Grande do Sul deixaram enormes prejuízos financeiros e vitimaram milhares de famílias. A cidade de Caraá foi parcialmente destruída e, num período recente, as cidades de Roca Sales e Muçum foram destruídas, com a cheia do rio Taquari. Foram registrados 49 óbitos, mais de 900 pessoas feridas e 10 mil residências dizimadas em seis municípios onde o ciclone foi mais forte. No RS, 100 cidades sofreram danos e transtornos com a chuvarada.

Agora, temos uma previsão de uma onda de extremo calor. O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) emitiu alerta de "grande perigo" para nove estados por conta da onda de calor que atingirá o Brasil. Os estados para os quais foi emitido o alerta são: Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Pará, Goiás, Mato Grosso do Sul e Tocantins. Outros quatro estados também estão com alerta, mas laranja, para calor e baixa umidade: Maranhão, Bahia, Piauí, Santa Catarina, além do Distrito Federal. Conforme o Inmet, a emissão de alerta de grande perigo significa que estão previstos "fenômenos meteorológicos de intensidade excepcional". Quem já consultou as previsões de temperatura para os próximos dias levou um susto: a estimativa é de que, em algumas cidades, os termômetros ultrapassem 40ºC - no fim do inverno.

O pico do calor em praticamente todo o país deve ocorrer entre o fim desta semana e o começo da próxima. As previsões valem para todo o Brasil: nenhuma das cinco regiões deverá ser poupada, de acordo com o MetSul Meteorologia, que classificou o episódio como "excepcional". Pode haver quebra de recorde de temperatura para o mês de setembro. A região mais afetada deve ser a de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, onde a maioria das cidades pode ter temperaturas que superem os 40º C. Os municípios da região do Pantanal devem registrar temperaturas ainda mais elevadas —entre 43º C e 45º C. Outros estados também devem bater os 40º C. São eles: Paraná, Goiás, Rondônia, Amazonas, Pará, Tocantins, Bahia, Piauí e Maranhão, além do Distrito Federal. Em algumas localidades, o calor deve se estender pela próxima semana.

Chuvas

Após semanas chuvosas, os próximos meses devem continuar com tendência de precipitação acima da média histórica no Rio Grande do Sul. O início da primavera, não deve trazer normalização da situação climática no RS, já que, segundo especialistas, outubro e novembro deve ter chuva além do esperado. Neste mês, os municípios gaúchos já têm registrado precipitação anormal. Alguns deles observaram volumes de 400mm nos 15 primeiros dias de setembro, como Caçapava do Sul (431,6mm) e Serafina Corrêa (400,8mm), segundo dados do Inmet. As quantidades representam mais do que o dobro esperado para setembro nesses locais. Já Porto Alegre registrou 275,4mm de chuva na primeira quinzena de setembro, quando o esperado para todo o mês é 147,8mm. A meteorologista da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Eliana Klering, projeta uma estação com chuva acima da média para o período, cenário que preocupa quando somado às recentes precipitações no RS. A previsão é de persistência do El Niño pelo menos até o fim do verão de 2024, quando é esperado que as águas do Oceano Pacífico Equatorial esfriem. Além do El Niño, acrescenta a meteorologista, a condição de chuva na região estará associada ao aquecimento das águas do Oceano Atlântico subtropical, resultado de uma alteração no padrão do movimento das águas superficiais do oceano: concentração de gelo marinho, salinidade da água e direção das correntes oceânicas estão entre os fatores que explicam a alteração.

Invasão

Nos últimos dias, podemos constatar uma grande quantidade de mosquitos em Uruguaiana.

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