Os dados mais recentes do Novo Caged revelam que Uruguaiana manteve a trajetória de crescimento na criação de vagas formais ao longo do terceiro trimestre de 2025, superando o desempenho observado no mesmo período de 2024. A soma de julho, agosto e setembro deste ano posiciona o município em um cenário mais favorável, mesmo diante de oscilações setoriais. 

Em julho de 2025, Uruguaiana registrou 813 admissões, 736 desligamentos e saldo de 77 vagas, resultado distribuído entre homens, com saldo de 43, e mulheres, com 34. O avanço foi puxado pelo comércio, agropecuária e serviços, enquanto a indústria e a construção permaneceram negativas. O desempenho superou com folga o de julho de 2024, quando o crescimento havia sido tímido: foram 499 admissões e 483 desligamentos, com saldo positivo de 16 vagas. 

A tendência de melhora seguiu em agosto deste ano, que fechou com saldo de 137 vagas, novamente impulsionado pelos setores de serviços, comércio e agropecuária, com 810 admissões e 673 desligamentos. O resultado foi expressivo e superior ao observado no Estado em agosto de 2024, quando o saldo havia sido de apenas 49 postos. No total, os grupamentos econômicos somaram 786 contratações e 737 desligamentos. 

Setembro de 2025, porém, trouxe retração: foram 676 admissões, 739 desligamentos e saldo negativo de 63 vagas — queda concentrada principalmente entre os homens, que somaram perda de 54 vagas, enquanto as mulheres registraram recuo de nove. A comparação com setembro de 2024 mostra um cenário semelhante: a indústria perdeu 21 vagas; a construção, 14; o comércio registrou menos 17; e os serviços encerraram o mês com queda de 30 vagas. 

A agropecuária foi, nos últimos dois anos, a única exceção. Em 2024, o setor abriu 19 vagas, exatamente o mesmo saldo positivo registrado em setembro de 2025. Todos os demais segmentos repetiram o comportamento negativo, com a indústria novamente perdendo 21 postos, a construção recuando 14, o comércio voltando a cair 17 e os serviços liderando as perdas, com redução de 30 vagas. 

Faixa etária 

Entre as faixas etárias, os dados mostram melhora expressiva entre trabalhadores com até 17 anos em 2025. Na faixa de 18 a 24 anos, o saldo permaneceu positivo nos dois anos analisados, enquanto o grupo de 25 a 29 anos apresentou recuperação significativa neste ano. Entre 30 e 39 anos, o cenário foi de estabilidade, com crescimento moderado. Já a faixa de 40 a 49 anos manteve variação positiva em ambos os períodos. Entre 50 e 64 anos, houve leve queda em 2025, enquanto o grupo de 65 anos ou mais registrou apenas um recuo residual. 

No recorte por grau de instrução, 2025 também apresentou mudanças relevantes. Perfis com maior escolaridade, como nível médio completo, ampliaram participação positiva, ao contrário de setembro de 2024, quando o saldo era negativo ou próximo de zero em diferentes níveis educacionais. 

Recorde histórico do Estado 

No contexto estadual, o terceiro trimestre de 2025 foi marcado por resultados históricos. O Rio Grande do Sul alcançou taxa de desemprego de 4,1%, a menor em mais de uma década, conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

O índice recuou 0,2 ponto percentual em relação ao trimestre anterior e apresentou melhora ainda mais expressiva no comparativo com o mesmo período de 2024, quando estava em 5,1%. Em uma análise de longo prazo, o avanço é ainda mais contundente: em dez anos, a taxa caiu de 7% para 4,1%. 

A comparação com o restante do país também evidencia o bom momento da região Sul. Enquanto o Brasil registrou taxa de desocupação de 5,6%, a menor desde 2012, os três estados do Sul alcançaram média de 3,4%. A redução em relação a 2024 foi notável: o número total de desempregados caiu de 782 mil para 611 mil pessoas, consolidando a região como a de menor desemprego do país.