O Natal continua sendo o principal motor de vendas do varejo brasileiro, responsável por cerca de um quinto do faturamento anual do setor. Neste ano, a data promete movimentar intensamente o comércio, especialmente porque o dia 25 de dezembro cairá em uma quinta-feira, o que deve favorecer as compras de última hora e um feriado prolongado para muitos consumidores. 

De acordo com o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio (SindiLojas), Paulo Locatelli, as expectativas são positivas e o clima natalino já começa a tomar conta das lojas por conta da atrativa “Black Friday’ – maior evento anual de descontos do varejo, que acontece sexta-feira, 28/11. 

“A movimentação começa antes mesmo de dezembro, com a Black Friday em novembro. Muitos consumidores aproveitam os descontos de 30%, 40%, até 50% para antecipar as compras de Natal. Isso ajuda a impulsionar o setor e distribuir melhor as vendas ao longo dos dois meses”, explica. 

Segundo Locatelli, o comércio da região está preparado para receber o público com vitrines decoradas, promoções e variedade de produtos. “As lojas já estão enfeitadas e o ambiente natalino é um atrativo importante. As pessoas gostam de sentir o clima de Natal quando saem para comprar, e isso faz diferença na hora de escolher onde gastar”, destaca. 

Entre os segmentos com maior procura, o dirigente cita as áreas de vestuário e calçados, que tradicionalmente lideram as vendas, além de chocolates, eletroeletrônicos e produtos de perfumaria. Locatelli também observa um comportamento crescente entre os consumidores: o ‘autocuidado’, quando o cliente aproveita o período para comprar presentes para si mesmo. 

O pagamento da segunda parcela do 13º salário, que chega às contas dos trabalhadores em dezembro, deve ser outro fator de estímulo às compras. “Esse recurso extra faz o dinheiro circular, fortalece o comércio local e beneficia toda a economia. Nossa expectativa é de um aumento real nas vendas em relação ao ano passado”, avalia o presidente do SindiLojas. 

Apesar da diminuição no fluxo de turistas estrangeiros, especialmente argentinos, afetados pela desvalorização do peso, Locatelli acredita que o movimento interno deve compensar. “Mesmo com essa queda, estamos otimistas. O consumidor regional está valorizando o comércio local e deve aproveitar as oportunidades para garantir os presentes e também os itens para o Réveillon”, completa. 

Com o espírito natalino tomando conta das ruas e vitrines, o setor varejista aposta em um fim de ano aquecido. O desafio, agora, é transformar o entusiasmo em resultados e fechar 2025 com um saldo positivo para lojistas e consumidores.