URUGUAIANA JN PREVISÃO

Inclusão

Caps realiza mais de quatro mil atendimentos por mês

Clarisse Amaral/JC - Os presentes foram organizados em duas equipes, vermelha e verde, e tiveram oportunidade participar de provas lúdicas

Na manhã desta sexta-feira, 16/5, a Secretaria Municipal de Saúde, em parceria com os dois Centros de Atenção Psicossocial (Caps) da cidade, organizou uma gincana no Parque Dom Pedro II (Parcão). O evento foi alusivo ao Dia Nacional da Luta Antimanicomial e contou com a participação de servidores das unidades e pacientes que receberam atendimento no serviço. 

Segundo a coordenadora dos serviços de saúde mental do município, Elisa Rosa, os dois Caps de Uruguaiana (Caps II e Caps AD) realizam por mês, em média, dois mil atendimentos cada. “Qualquer Caps, seja o II ou o AD funciona através do acolhimento, qualquer pessoa pode chegar em uma unidade e receber atendimento” completa. 

No Brasil, os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) representam uma revolução silenciosa na forma como o país cuida da saúde mental da população. Criados a partir da Lei nº 10.216/2001 — marco da Reforma Psiquiátrica brasileira — os CAPS se firmaram como alternativa concreta aos antigos manicômios, oferecendo tratamento humanizado e comunitário para pessoas em sofrimento psíquico intenso. 

Em vez do isolamento e da institucionalização, os CAPS propõem o cuidado em liberdade, com foco na reintegração social, no fortalecimento dos vínculos familiares e no protagonismo do paciente em sua trajetória de recuperação. 

Como funcionam os Caps? 

Presentes em todo o território nacional, os Caps são serviços públicos vinculados ao Sistema Único de Saúde (Sus), com atendimento gratuito. A atuação vai desde o acompanhamento psiquiátrico até oficinas terapêuticas, atendimento em grupo, ações culturais, visitas domiciliares e articulação com outras redes, como educação e assistência social. 

Existem diferentes tipos de CAPS, conforme a complexidade e o público atendido. Os Caps I, II e III, é para adultos com transtornos mentais severos. O Caps III funciona 24h, inclusive com leitos de acolhimento noturno. O Capsi é especializado em crianças e adolescentes e, por fim, o Caps AD, com foco no cuidado de pessoas com dependência de álcool e outras drogas. 

Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil conta com mais de 2, 7 mil unidades de Caps em funcionamento, número que cresceu especialmente nas regiões Sul e Sudeste.  

Avanços e desafios 

Apesar de seu impacto positivo, os Caps convivem com entraves como falta de profissionais especializados, subfinanciamento e preconceito social em torno da saúde mental. A pandemia de COVID-19 e a crise econômica agravaram quadros de depressão, ansiedade e abuso de substâncias, aumentando a demanda por esses serviços. 

Além disso, há receios sobre retrocessos nas políticas públicas de saúde mental, especialmente com propostas que buscam retomar o modelo hospitalocêntrico. Especialistas, no entanto, reforçam que os CAPS são essenciais para manter o Brasil alinhado com as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), que prioriza a atenção psicossocial como forma ética e eficaz de cuidado. 

História 

Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) surgiram no Brasil como resultado da luta antimanicomial e da Reforma Psiquiátrica, que ganhou força a partir da década de 1980. Até então, o modelo dominante de tratamento para pessoas com transtornos mentais era centrado na internação em hospitais psiquiátricos, marcados por isolamento, violência e violação de direitos humanos.  

Inspirada em experiências internacionais, como a italiana, a reforma brasileira propôs a substituição progressiva dos manicômios por serviços comunitários, voltados à convivência social e ao cuidado em liberdade. 

A consolidação dos CAPS ocorreu com a promulgação da Lei nº 10.216, em 2001, que redirecionou a política de saúde mental no país. Essa legislação passou a garantir o direito das pessoas com sofrimento psíquico a um tratamento digno, fora dos muros hospitalares, incentivando a criação de uma rede de atenção psicossocial.  

Em Uruguaiana as duas unidades, o Caps II e o Caps AD, foram inaugurados em março de 2004, na gestão do ex-prefeito Caio Riela.  Desde então, oferece atendimento multiprofissional, acompanhamento contínuo e estratégias de reinserção social. A história dos CAPS, portanto, é também a história da conquista de direitos e da humanização da saúde mental no Brasil. 


Atendimento em Uruguaiana 

Caps II - Asas da Liberdade 

Atende prioritariamente pessoas em intenso sofrimento psíquico decorrente de problemas mentais graves e persistentes.  Av. Pres. Vargas, 2948 - Centro  

Caps AD 

O Caps – Álcool e Drogas foca no cuidado de pessoas com dependência de álcool e outras drogas. 

Para receber atendimento, basta ir até uma unidade e solicitar. O acolhimento é para todos e gratuito. 


Caps realiza mais de quatro mil atendimentos por mês Anterior

Caps realiza mais de quatro mil atendimentos por mês

Dia Livre de Imposto ocorre no final deste mês Próximo

Dia Livre de Imposto ocorre no final deste mês

Deixe seu comentário