Ciência e Cultura
17ª Siepe promove ciência, arte e sustentabilidade em Bagé
Maurício Stock. - Evento discute ciência e sustentabilidade, inspirado no Aquífero Guarani que une quatro países.
A Universidade Federal do Pampa (Unipampa) deu início, nesta terça-feira, 4/11, à 17ª edição do Salão Internacional de Inovação, Ensino, Pesquisa e Extensão (Siepe). O evento, sediado no Campus Bagé, segue até quinta-feira, 6/11, com uma programação repleta de atividades científicas, culturais e artísticas que valorizam o diálogo entre saberes e o papel social da universidade.
Com o tema “Ciência, comunidades e sustentabilidade: Aquífero Guarani como elo transfronteiriço”, o Siepe 2025 propõe reflexões sobre a integração entre conhecimento científico e preservação ambiental, tomando como inspiração o aquífero que conecta Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai.
A cerimônia de abertura aconteceu no “Lonão”, estrutura montada nas dependências externas do campus, e contou com o espetáculo “4113 da Sala ao Palco”, apresentado por estudantes do curso de Música. O momento cultural antecedeu a solenidade oficial, transmitida ao vivo pelo canal da Unipampa no YouTube.
A mesa de honra reuniu o reitor Edward Pessano, a vice-reitora Francéli Brizolla, o vice-prefeito de Bagé Gilberto Alagia, o diretor do campus e coordenador-geral do evento Pedro Dorneles, além de representantes da comissão científica e do Legislativo municipal. O Hino Nacional foi interpretado em uma versão instrumental com saxofone e piano.
Durante o discurso de abertura, o reitor destacou o impacto regional da universidade e a trajetória de crescimento da instituição. “De 2014 para cá, a Unipampa se consolidou como motor de desenvolvimento regional, fortalecendo a economia e ampliando oportunidades de formação”, afirmou Pessano. Ele também anunciou que a 18ª edição do Siepe acontecerá no Campus Jaguarão, em 2026.
Um elo entre conhecimento e território
A primeira palestra do evento foi conduzida pelo geógrafo uruguaio Danilo Antón, responsável por nomear o Sistema Aquífero Guarani em 1996. Ao lado da pesquisadora Ana Inés Antón Piquero, do Ministério do Meio Ambiente do Uruguai, o convidado discutiu os desafios de preservação do aquífero, que ocupa mais de 1,2 milhão de quilômetros quadrados em quatro países.
Os especialistas ressaltaram a necessidade de políticas de manejo sustentável, especialmente em áreas de maior vulnerabilidade, como Santana do Livramento (Brasil) e Rivera (Uruguai), onde há maior risco de contaminação devido ao uso de agrotóxicos.
Atividades
Ao longo dos três dias de evento, o público pode acompanhar apresentações de trabalhos científicos, oficinas, mostras de cinema, performances musicais, exposições artísticas e sessões especiais no Planetário da Unipampa. Entre os destaques da programação, estão: Mostra de Cinema da Fronteira, com exibições como o documentário “Mbya Apy Orekuaí / Guarani, presente!” e o filme “Grupo de Bagé”, de Zeca Brito, que revisita a trajetória de artistas que marcaram a história das artes plásticas na região.
A Oficina “Histórias em Quadrinhos (HQs)”, ministrada pelo autor Marsal Alves Ávila Branco, indicado a prêmios como o HQ Mix e o Prêmio Minuano. Exposição “Cores, Estampas e Silhuetas na Cultura Afro”, de Adriana Goulart Mendes, além das mostras comemorativas pelos 20 anos da Unipampa e da Revista Lambari.
A programação também inclui sessões de observação astronômica, rodas de conversa sobre cultura e território e um jantar de confraternização para encerrar o evento.
O Siepe é reconhecido por integrar as áreas de inovação, ensino, pesquisa e extensão, reunindo representantes dos 10 campi da Unipampa e fortalecendo o compromisso da universidade com o desenvolvimento regional. Neste ano, o evento reafirma a importância da ciência como ferramenta de diálogo e de transformação social, unindo fronteiras e saberes sob o símbolo do Aquífero Guarani.
A programação completa está disponível no site oficial do evento.
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