Evento
Uruguaiana realiza 1ª Conferência das Mulheres Negras

Ilustração/FreePik - O evento integra uma série de encontros que ampliam a discussão sobre políticas públicas para comunidades negras, quilombolas, indígenas e tradicionais.
No próximo dia 28, um sábado, será realizada a 1ª Conferência das Mulheres Negras, com início às 8h, no Salão Nobre da Prefeitura. O evento integra a agenda do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR), em parceria com o Ministério da Igualdade Racial (MIR), e tem como tema “Igualdade e Democracia: Reparação e Justiça Racial”.
A conferência faz parte de uma série de encontros para ampliar o debate sobre marcos legais, estruturas institucionais e políticas públicas voltadas à população negra, quilombola, cigana, indígena, povos e comunidades tradicionais. O objetivo é garantir igualdade no acesso às condições básicas de vida por meio de ações de reparação e justiça social.
Para Staël Soraya dos S. Rosa, do Movimento Negro Unificado e outros coletivos locais, o evento resulta de uma longa trajetória de luta: “Essa conferência é uma política nacional, com compromisso institucional dos governos estaduais e municipais. Mas é também fruto de muita luta. Nós, dos movimentos sociais negros, construímos a luta antirracista em Uruguaiana há 37 anos.”
Como será o evento?
Inicialmente previsto para 18/6, o evento foi adiado por mau tempo e será realizado no sábado, 28/6, com atividades durante todo o dia. Entre os destaques está a palestra provocadora da professora Eliade Lima, da UNIPAMPA, e a formação de grupos de debate sobre os três eixos temáticos nacionais, que resultarão em propostas para a Conferência Estadual.
Segundo Staël: “As propostas dos grupos serão socializadas no grande grupo e enviadas para inclusão na conferência estadual. É assim que construímos política pública com escuta e participação real.”
Quem pode participar?
O evento é direcionado a mulheres negras, incluindo mulheres negras trans, que terão protagonismo no debate e nas decisões. A participação de homens e pessoas não negras é bem-vinda e incentivada: “O lugar de fala é das mulheres negras, mas a participação de pessoas não negras é necessária. Esse evento faz parte de um processo educativo coletivo para sermos antirracistas. Ninguém muda nada sozinho.”
Espaço para falar sobre raça em Uruguaiana?
Staël afirma que sim, e que é fundamental ampliar esse espaço: “Discutir a questão racial é essencial num país que sempre silenciou sobre o assunto, apagou a história dos povos negros e indígenas e negou o racismo. Isso nos levou a acreditar numa democracia racial.”
Ela ressalta que Uruguaiana está inserida nesse contexto, e os avanços são frutos da luta organizada: “Uruguaiana não é um mundo à parte. Abrimos caminhos para o diálogo ‘a facão’, quando necessário, mas também de forma participativa e coletiva, junto às instituições municipais. Seguiremos buscando equidade.”
Cronograma
08h00 – Credenciamento
09h00 – Mesa de abertura
09h30 – Intervenção poética literária + apresentação artística de Sheron
09h50 – Palestra com Prof.ª Eliade Lima (Unipampa)
10h30 – Formação dos grupos temáticos
12h00 – Almoço
14h00 – Debate para priorização das propostas
16h30 – Eleição das delegadas
17h30 – Mesa de encerramento
18h00 – Encerramento
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