Na quinta-feira, 19/6, as paróquias de Uruguaiana promovem de forma conjunta a tradicional solenidade de Corpus Christi, uma das datas mais importantes do calendário litúrgico da Igreja Católica. As atividades serão centralizadas na Catedral Sant’Ana, com programação que inclui momentos de fé, arte e comunhão comunitária ao longo do dia. 

A celebração tem início às 8h da manhã, com a montagem dos tradicionais tapetes coloridos em frente à Catedral. A prática, que é símbolo de reverência e adoração ao Santíssimo Sacramento, será conduzida por equipes e pastorais das paróquias, que estão se organizando previamente.  

Cada grupo é responsável por levar os próprios materiais, como serragem, sal colorido, pó de café, flores e outros itens decorativos. Ao fim da procissão, cada equipe também recolherá os materiais utilizados, garantindo a limpeza e o respeito ao espaço público. 

Já a tarde, por volta das 15h, será celebrada a missa solene, reunindo a comunidade católica da cidade. Logo após, às 16h, acontece a procissão ao redor da Praça Barão do Rio Branco, momento de grande expressão de fé, em que os fiéis acompanham a passagem do Santíssimo Sacramento sobre os tapetes confeccionados pela manhã. 

Tradição dos tapetes mantém viva a fé e a arte popular 

A confecção dos tapetes é uma tradição que atravessou séculos e oceanos. Surgida no arquipélago dos Açores, em Portugal, no século XIII, foi trazida ao Brasil pelos colonizadores. Em Uruguaiana, a prática envolve a comunidade local na criação de desenhos simbólicos que representam a fé cristã, promovendo um momento de união e participação ativa das famílias e pastorais. 

A expectativa é de que a solenidade reúna muitos fiéis, reforçando os laços comunitários e a espiritualidade que marca o dia de Corpus Christi em toda a cidade. 

Entenda o significado 

A expressão “Corpus Christi” vem do latim e significa “Corpo de Cristo”. A solenidade tem como objetivo celebrar publicamente o mistério da Eucaristia, sacramento central da fé católica, que representa a presença real de Jesus Cristo sob as espécies do pão e do vinho. Também conhecida como "Corpus Domini" ("Corpo do Senhor"), a festa é marcada por procissões, missas solenes e manifestações de fé nas ruas. 

A origem da celebração remonta ao século XIII e foi oficializada em 1264 pelo Papa Urbano IV, após o relato de visões místicas da freira belga Juliana de Mont Cornillon, que defendia a necessidade de uma festa específica dedicada à Eucaristia. Outro acontecimento decisivo foi o chamado Milagre de Bolsena, na Itália, quando, durante uma missa, uma hóstia teria sangrado, reforçando a crença na presença real de Cristo na Eucaristia.