Prestar os primeiros socorros psicológicos às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul, especialmente aos idosos, é crucial para minimizar os impactos na saúde mental e física dessa população. É essencial identificar quem precisa de suporte emocional, seja em abrigos ou na casa de familiares, e as pessoas que se dispõem a ajudar devem ouvir com empatia, evitando questionamentos detalhados sobre o ocorrido. Acolher a dor e o sofrimento do idoso é fundamental. 

A rotina estruturada proporciona tranquilidade e segurança aos idosos. A perda dessas referências, devido às enchentes, pode causar grande desorganização emocional e confusão. A destruição de bens pessoais afeta diretamente as memórias e a história de vida dos idosos, aumentando o impacto emocional. Portanto, é importante focar em resolver problemas imediatos, como aplacar o frio, a fome e o desconforto, além de verificar e garantir a continuidade das medicações necessárias. Se os remédios foram perdidos, é crucial obter novas prescrições. 

Montar uma rede de suporte com familiares e amigos próximos é vital para evitar o isolamento social. Filhos, amigos e outros familiares devem se interessar e acompanhar de perto a situação dos idosos, pois o acompanhamento contínuo é fundamental. Sintomas como raiva, tristeza, angústia e culpa podem surgir nas semanas e meses seguintes ao episódio traumático. Definir horários para contato com o noticiário sobre a catástrofe e estabelecer momentos de desconexão são estratégias importantes para evitar a ativação constante de reações emocionais. 

Retomar as atividades de antes, dentro das possibilidades, é essencial para dar uma sensação mínima de normalidade ao cotidiano. Frequentar a igreja e rever companheiros de clube ou carteado são iniciativas benéficas, mesmo que precisem ser improvisadas em locais diferentes dos habituais. O senso de comunidade e a manutenção de uma rotina são fundamentais para garantir uma organização mínima.