URUGUAIANA JN PREVISÃO

Estiagem

Fenômeno La Niña é responsável pelo clima seco na fronteira

Bruna Bueno imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Uruguaiana registrou o menor acumulado do mês com míseros 16,8 mm ou apenas 12% da média histórica mensal.

Pelo terceiro verão consecutivo a Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul sofre com a estiagem. O La Niña é o responsável por toda a situação,visto que mais uma vez o mês de janeiro se dá com o fenômeno de resfriamento das águas do Pacífico Equatorial presente, o que explica mais um verão em que o Rio Grande do Sul sofre os efeitos de estiagem.

Em janeiro de 2020 e 2021 a chuva ficou acima da média histórica em diversos pontos do território gaúcho, o que não se repetiu agora. Em 2023, ao contrário, predominaram os volumes de chuva abaixo da climatologia histórica com volumes altos muito pontuais e isolados.

Segundo dados da Metsul Meteorologia, Uruguaiana registrou o menor acumulado do mês entre as estações oficiais com míseros 16,8 mm ou apenas 12% da média histórica mensal. Foi o terceiro menor acumulado mensal de janeiro desde 1961. Em 1980, em janeiro excepcionalmente seco, choveu 7,3 mm e em 1962 o acumulado mensal foi de 14,9 mm. Assim, Uruguaiana enfrentou o janeiro mais seco desde 1980, ou seja, dos últimos 43 anos.

Próximos de Uruguaiana, no Oeste e no Sudoeste do estado, o município de Quaraí teve 42,4 mm e Santana do Livramento 48,8 mm. Já São Borja registrou ínfimos 23,2 mm (18% da média histórica). Os dados servem para ilustrar quão severa é a estiagem à medida que se avança para Oeste no Rio Grande do Sul. Em Bagé, na Campanha, o acumulado mensal foi de 47,6 mm (35% da média) e foi um dos dez janeiros mais secos desde 1961.

O maior acumulado em janeiro no estado foi registrado em Passo Fundo com 149,4 mm, o que significa 86% da média mensal, dos quais 62 mm ocorreram apenas no dia 16. Além disso, foram apenas quatro episódios com precipitação diária de 10 mm (chuva agrícola) em todo o mês.

La Niña

A La Niña, contudo, não terá muito mais tempo presente no Pacífico. Rodada após rodada se enxerga nos modelos de clima um aumento da probabilidade de retorno neste ano do temido El Niño. São crescentes os indicativos entre os modelos computadorizados de clima que a fase fria (Niña) do Pacífico Equatorial pode terminar depois de três anos e que irá se instalar uma fase quente (Niño), o que traria impactos no clima não só do Brasil como do resto do mundo.

O fenômeno seguirá atuando neste início de ano e vai se estender até meados deste verão de 2023. Os modelos de clima estão em razoável acordo com as condições de La Niña e devem seguir até fevereiro ou março. Entre a segunda metade do verão e o começo do outono a tendência é que o Oceano Pacífico Equatorial ingresse numa fase de neutralidade. Isso, contudo, não significará que os efeitos da La Niña no clima cessem de imediato. Muitas vezes neutralidade no sinal das águas do Pacífico é confundida com normalidade, mas são situações distintas. Neutralidade não é normalidade. Quando o Pacífico Equatorial está neutro, podem ocorrer extremos comuns aos sinais tanto de El Niño como de La Niña. E saindo de um evento de três anos de resfriamento, a tendência nos momentos iniciais da fase neutra é de um padrão ainda mais perto de La Niña.

As projeções crescentemente indicam a probabilidade de El Niño se instalando no decorrer de 2023 no Oceano Pacífico Equatorial. A grande maioria dos modelos sinaliza o fenômeno para o segundo semestre, mas alguns já indicam a formação da “língua” de águas mais quentes no Pacífico Equatorial ainda entre o outono e o inverno.

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