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Porto Alegre

Exposição sobre a Califórnia da Canção Nativa está aberta para visitação

Solange Brum - Sedac imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Colmar Duarte, idealizador do festival esteve presente na abertura da exposição.

Está aberta para visitação, até o dia 9 de dezembro, a exposição “Califórnia da Canção Nativa: um legado de arte e cultura”, na Biblioteca Pública do Estado (BPE), em Porto Alegre.

Idealizada pelo diretor do Livro, Leitura e Literatura da Sedac, Benhur Bortolotto, a mostra expõe objetos, músicas regionalistas e farta documentação sobre a história do nativismo do Estado. As visitas podem ser realizadas de segunda a sexta-feira, das 10h às 18h, e aos sábados, das 10h às 17h. A entrada é gratuita.

A ideia da exibição é homenagear o fenômeno cultural que é a Califórnia da Canção, que atravessou cinco décadas. Além disso, a mostra, com curadoria de Cláudia Antunes, destaca a ligação entre música e literatura, uma vez que essas duas artes se fundem poeticamente.

A exposição apresenta documentos que integram os acervos públicos do Arquivo Histórico do RS, Museu Antropológico do RS (MARS), Discoteca Natho Henn, Instituto Estadual de Música (IEM), Museu Julio de Castilhos (MJC) e Biblioteca Pública do Estado, em um exercício de transversalidade entre as instituições da Secretaria de Estado da Cultura.

Outras fontes são provenientes de acervos particulares de colecionadores e dos fundadores da Califórnia da Canção Nativa, em 1971, como Colmar Duarte, idealizador do festival, que ainda reside em Uruguaiana. Entre os itens, discos, fotos, cartazes, livretos, folhetos, matérias de jornais, troféus, instrumentos musicais, objetos campeiros e indumentária gaúcha.

Surge a Califórnia

Em 1970, em Uruguaiana, a milonga ‘Abichornado’, de Colmar Duarte e Júlio Machado da Silva, com interpretação do grupo Os Marupiaras, foi desclassificada no 1º Festival da Música Popular da Fronteira, com a justificativa de que se tratava de uma canção regional gaúcha. Na época, falar das coisas do homem do campo não era algo bem-visto nas rodas da cidade.

Dessa recusa surgiu a necessidade de criar um novo festival, que aceitasse a música e o estilo de vida comum dos gaúchos do sul do Brasil, da Argentina e do Uruguai, inseridos em uma cultura urbana, mas identificados com a paisagem, os costumes e o folclore comuns às suas raízes. Foi assim que Colmar Pereira Duarte idealizou o movimento e Henrique Dias de Freitas Lima foi o 1º presidente do festival.

Nascia assim a Califórnia da Canção Nativa e, junto com ela, o Nativismo - movimento que reafirmou a identidade do gaúcho e inaugurou uma sofisticada elaboração estética que deu origem a uma série de festivais no sul do País.

Para a primeira edição, em dezembro de 1971, Henrique Dias de Freitas Lima levou de Porto Alegre o som do Teatro Leopoldina e a iluminação do Theatro São Pedro, como forma de dar credibilidade ao projeto. Enquanto isso, Colmar Duarte ocupou-se da identidade do evento, com a missão de inovar a música do Rio Grande. Sucesso absoluto nas décadas de 1980 e 1990, o festival apresentou canções de grande sucesso e projetou grandes nomes da área musical.

Hoje, passados os anos dourados − quando 15 mil pessoas se reuniam todas as noites na Cidade de Lona − a Califórnia continua viva e consolidada como importante manifestação cultural do Rio Grande do Sul.

A exposição, organizada pela Secretaria de Estado da Cultura, por meio da Biblioteca Pública do Estado, é uma homenagem aos pioneiros do nativismo e o reconhecimento de seu alto poder de criação poética e cultural.

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