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Em Uruguaiana
Cinco pessoas presas durante operação contra roubo de cargas

Divulgação -
A Polícia Civil desencadeou na manhã desta terça-feira, 26/10, a Operação Conexão Sul, que desarticula organização criminosa que realiza roubos de cargas. Sob a coordenação do delegado Alexandre Luiz Fleck do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC), a ação ocorre no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Foram cumpridas 22 ordens de busca e apreensão e 20 de prisão preventiva, sendo cinco em Uruguaiana. Até o início da operação, foram identificados 40 pessoas que participaram das ações da quadrilha e que serão indiciados ao final do Inquérito Policial.
As investigações, que iniciaram há aproximadamente um ano e meio, apontam para a existência de uma organização criminosa que atua em roubos de carga de alto valor que entravam no país através da fronteira com a Argentina. As principais cargas roubadas eram carnes nobres, queijos, chocolates e salmão. De acordo com a Polícia Civil, somente no Rio Grande do Sul ocorreram, pelo menos, 15 roubos de carga entre os anos de 2016 e 2020. Os prejuízos estimados ultrapassam R$10 milhões.
A organização operava com dois núcleos estruturados em Uruguaiana e no litoral norte de Santa Catarina. As ações eram organizadas por dois líderes que através de contatos com ajudantes aduaneiros, recebiam informações privilegiadas sobre o tipo de carga e o caminhão que a transportava. Além disso eram informadas as rotas e datas de ingresso no país, através do porto seco de Uruguaiana.
Com as informações, a quadrilha se deslocava de Santa Catarina até o núcleo gaúcho e realizavam a abordagem nas rodovias federais entre Uruguaiana-São Borja-Ijuí. Apesar do grupo ter cometido roubos em outros locais do Estado, essa rota era a mais comum. A abordagem era feita com pelo menos dois veículos e uso de armas de fogo.
Um dos integrantes era responsável pelo desligamento dos sistemas de segurança do caminhão a ser roubado, e usava bloqueadores de sinal (jammers) de alta potência. O veículo era levado a outro local, onde era ocorria a transferência da carga para outro caminhão, que a conduzia até o destino, que era Santa Catarina, na maior parte das vezes. No local, os receptadores, previamente alinhados com a quadrilha, já tinham a informação das cargas antes do roubo ocorrer e com isso falsificavam notas fiscais para dar lastro à mercadoria. Os lucros eram distribuídos de forma organizada.
Durante as investigações, a Polícia Civil recuperou parte das cargas roubadas e prendeu diversas pessoas em situações de flagrante. Um dos líderes, que estava preso, aproveitou duas saídas temporárias de uma semana, em março e maio de 2018, para realizar dois roubos de cargas de salmão, em conjunto com o outro líder da organização que também estava preso na época. Após os ocorridos, ele fugiu do sistema prisional e foi novamente preso por tráfico de drogas na Argentina.
Segundo o delegado Fleck, a investigação desarticulou a mais organizada e duradoura quadrilha voltada ao roubo de cargas no Estado do Rio Grande do Sul. A operação envolveu cerca de 120 policiais civis e apoio da Polícia Rodoviária Federal. A operação foi viabilizada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) por meio do Projeto de Modernização de Operações de Segurança Pública com Autonomia e Integração para o Combate a Organizações Criminosas (Mosaico), que tem como proposta principal apoiar investigações do crime organizado, e a atuação em rede e integrada dos profissionais com essa atribuição.
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