Indicadores criminais
Maioria dos crimes contra o patrimônio tiveram queda em Uruguaiana

- Dados são da Secretaria de Segurança Pública
No mês de julho, Uruguaiana registrou queda em quase todos os indicadores de crimes contra o patrimônio monitorados pela Secretaria de Segurança Pública. Os dados foram divulgados na última semana. A única exceção é o abigeato.
A maior queda foi entre os crimes de roubo, 45,8%. Enquanto julho de 2022 registrou 24 crimes, julho de 2023 registrou apenas 13. Entre os crimes de furto a redução foi de 17,8%, passando de 129 ocorrências registradas em julho de 2022 para 106 ocorrências neste ano. Os furtos de veículo caíram 25%, passando de quatro para três casos no sétimo mês do ano. Já as ocorrências de estelionato caíram de 61 em julho de 2022 para 27 em julho de 2023, o que representa uma redução de 55%. Em julho de 2022 houve um registro de roubo de veículo, o que não se repetiu em 2023, quando nenhuma ocorrência desta natureza foi registrada.
Já os crimes de abigeato aumentaram 40%, passando de cinco para sete ocorrências.
Acumulado do ano
Se considerado os meses de janeiro até julho, houve queda nas ocorrências de furto, abigeato, roubo, e roubo de veículo. Quanto aos crimes de furto de veículo e estelionato, as reduções em julho não foram suficientes para alterar o cenário no acumulado do ano.
Os furtos tiveram queda de 14,2%, passando de 835 ocorrências para 716. Os crimes de abigeato passaram de 41 ocorrências para 33, uma redução de 19,5%. Roubos caíram 24%, passando de 178 para 134 ocorrências. E os roubos de carro, que somaram três registros entre janeiro e julho de 2022, não foram registrados entre janeiro e julho de 2023.
Latrocínios
Embora tire a vida da vítima, o latrocínio é considerado um crime contra o patrimônio, já que o objetivo do criminoso é roubar a vítima. Este tipo de crime também teve queda no Estado, de 66,7%.
Na comparação entre o mês de julho deste ano com o mesmo período do ano passado, a redução foi de 66,6% - passou de três crimes em 2022 para um em 2023. O acumulado do ano também está em queda, em comparação ao mesmo período do ano passado: 27 roubos seguidos de morte em 2023, o que representa menos 15,6% em comparação com os 32 casos registrados nos sete meses de 2022.
Em Uruguaiana este indicador mostra estabilidade. Não houve nenhum registro em julho deste ano, assim como em julho do ano passado. No acumulado do ano, houve um crime em 2023 (em março), e um crime em 2022 (em janeiro).
Receita da redução
Crimes patrimoniais estão a cargo das delegacias distritais, em Uruguaiana, a 1ª Delegacia de Polícia e a 2ª Delegacia de Polícia, dependendo do local onde o crime ocorreu.
Titular da 2ª DP, o delegado Wellington Pinheiro credita a redução nos números às investigações focadas em medidas cautelares, como prisões preventivas. “Estamos tendo investigações mais estruturadas e o deferimento de medidas cautelares que são importantes para dar uma resposta a este tipo de crime, especialmente no que tange ao furto qualificado e reiterado”, explica. Ele também cita as ações ostensiva que têm resultado em autuações em flagrante.
Rafael Naves, titular da 1ª DP, concorda. “Isso é importante, pois, geralmente os crimes patrimoniais são cometidos pelos mesmos criminosos. Portanto, a importância de retirar esses indivíduos de circulação, evitando assim a reiteração dos crimes. Ao concluirmos os inquéritos policiais, representamos pelas prisões para retirar esses criminosos do convívio da sociedade. Esse é nosso objetivo, evitar que essas pessoas voltem a praticar crimes”.
Ele também destaca as ações policiais nas ruas e o trabalho integrado. “Essa diminuição está relacionada à intensa atuação das forças policiais na repressão aos crimes patrimoniais, tanto na presença massiva da polícia ostensiva nas ruas, que se dá sobretudo através do patrulhamento Brigada Militar e da Guarda Municipal, possibilitando o aumento de prisões em flagrante dos autores, quanto na intensificação da atuação da Polícia Civil nas investigações relacionadas aos crimes patrimoniais”.
“O objetivo do plano de trabalho é subsidiar os inquéritos policiais com provas qualificadas, de forma a demonstrar ao Poder Judiciário a necessidade da manutenção dos criminosos na cadeia. Consequentemente, isso gera não só um aumento das condenações desses autores, mas também um maior índice de deferimento de prisões preventivas realizadas pela Polícia Civil”, finaliza.
Em alta
O número de furtos de veículo cresceu 121%, passando de 19 para 42 ocorrências nos últimos sete meses. Já os estelionatos, passaram de 306 para 316, um aumento de 3,2%.
No que diz respeito ao aumento no número de furtos de veículos, Naves diz que os índices de Uruguaiana seguiram uma tendência nacional, já que houve um aumento de furtos e roubos de veículos em todo o Brasil. “Diferentemente do que ocorreu na capital, que teve diminuição desses crimes principalmente, em razão da tecnologia do cercamento eletrônico. Por isso, é importante estar atento a esses eventos criminosos a fim de dar uma rápida resposta estatal”, diz ele.
Pinheiro cita alguns cuidados básicos, que podem fazer a diferença, como observar o local onde o veículo será estacionado; evitar parar em locais em que haja relatos deste tipo de crime; evitar horários e locais ermos; se certificar de que o veículo está trancado; e, se possível, utilizar mecanismos de segurança extra. Ele chama atenção também para a questão da receptação. “Temos muitos furtos para sucata, para desmanches clandestinos. Então, o pedido a todos é que não comprem peças de procedência duvidosa, mas somente peças certificadas”, conclui.
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