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Crise

Estado decreta emergência por conta da gripe aviária

Ilustração. - População deve evitar contato com aves doentes ou mortas e manter animais domésticos afastados

O Governo do Estado decretou estado de emergência zoossanitária em resposta à detecção de focos de influenza aviária de alta patogenicidade (H5N1) em aves comerciais e silvestres. O Decreto nº 58 169/2025, publicado no sábado, 17/5, autoriza medidas emergenciais para conter o avanço da doença e tem validade inicial de 60 dias. 

A decisão ocorreu após a confirmação, pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), de um surto em uma granja de reprodução em Montenegro, além de casos em aves silvestres no Zoológico de Sapucaia do Sul. Este é o primeiro registro da doença em aves de produção no Brasil. 

Ações de contenção 

Para prevenir a disseminação do vírus, sete barreiras sanitárias estão sendo instaladas em pontos estratégicos da região de Montenegro. A operação é coordenada pelo Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal (DDA) da Secretaria da Agricultura, com apoio da Patrulha Ambiental da Brigada Militar e da prefeitura local. 

As barreiras funcionam ininterruptamente, com foco na desinfecção de veículos que circulam por propriedades rurais, como caminhões de transporte de animais vivos, coleta de leite e distribuição de ração. Dentro do raio de três quilômetros do foco, até veículos de passeio passam por procedimentos de higienização. 

Além disso, cerca de 540 propriedades rurais estão sendo vistoriadas pelas equipes de vigilância. Até a noite de domingo, 18/5, 300 já haviam sido visitadas – 55% do total previsto. As ações incluem coleta de amostras, orientações a produtores e mapeamento de possíveis novos casos. 

Manifestações 

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) classificou o surto em Montenegro como um marco preocupante, por se tratar da primeira ocorrência do vírus H5N1 em aves comerciais no Brasil. Segundo a entidade, isso marca uma nova fase da presença do vírus, que até então se limitava a aves silvestres e de criação doméstica. A FAO também alertou para o potencial de transmissão para seres humanos, além de impactos em sistemas alimentares, biodiversidade e saúde pública. 

Já a Embrapa reforça que a influenza aviária é uma doença de alto risco para aves quando causada por subtipos altamente patogênicos, como os vírus com hemaglutininas H5 e H7. É uma enfermidade grave, de notificação obrigatória aos órgãos oficiais, com potencial para causar barreiras sanitárias ao comércio e grandes prejuízos à avicultura comercial. 

 

Sobre os riscos 

A gripe aviária é uma enfermidade viral altamente contagiosa entre aves, mas o risco de transmissão a humanos permanece baixo. A infecção em pessoas ocorre, geralmente, por contato direto com aves contaminadas (vivas ou mortas) ou superfícies contaminadas por secreções e fezes. A doença não é transmitida por consumo de carne ou ovos devidamente cozidos. 

De acordo com o Mapa, entre os principais sintomas observados em aves estão morte súbita, dificuldades respiratórias, falta de coordenação, inchaço na crista e barbela, além de secreção nasal e diarreia. Casos suspeitos devem ser comunicados imediatamente à Secretaria da Agricultura por meio das Inspetorias de Defesa Agropecuária ou pelo WhatsApp (51) 98445-2033. 

Prevenção e orientação 

O governo estadual reforça que a vacinação contra a gripe comum não protege contra a gripe aviária, uma vez que se trata de vírus diferentes. Profissionais que atuam com aves, sejam silvestres ou domésticas, devem adotar medidas rigorosas de biossegurança, como uso de equipamentos de proteção individual e higienização adequada. 

A população é orientada a não tocar, alimentar ou se aproximar de aves doentes ou mortas e a evitar que animais domésticos entrem em contato com elas. A colaboração da sociedade é essencial para a eficácia das ações de controle. 

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