Diversidade
Caps organiza gincana pela luta antimanicomial

Clarisse Amaral/JC - O evento é gratuito e aberto ao público, no Parcão
Nesta quinta-feira, 16/5, os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS II - Asas da Liberdade e Caps AD), promoverão um evento especial em alusão ao Dia Nacional da Luta Antimanicomial. A ação acontece das 9h às 11h30, no Parcão, com uma programação diversificada voltada à comunidade.
Com o lema "Para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça", o evento busca conscientizar a população sobre a importância dos direitos das pessoas com sofrimento mental e reforçar a luta contra práticas manicomiais, que historicamente marcaram o tratamento em saúde mental no Brasil.
As provas serão realizadas em conjunto com usuários e funcionários e essas atividades visam promover a desinstitucionalização, a humanização no tratamento e o respeito aos direitos das pessoas com transtornos mentais.
Durante a manhã, os participantes poderão aproveitar atividades variadas, incluindo uma gincana esportiva e cultural, além da verificação de sinais vitais — uma oportunidade para unir cuidados com a saúde física e mental em um ambiente de integração e acolhimento.
A iniciativa conta com o apoio da Secretaria Municipal de Saúde e da Prefeitura de Uruguaiana. O evento é gratuito e aberto ao público.
Movimento
O Dia Nacional da Luta Antimanicomial, celebrado em 18/5, marca um importante movimento social e político que transformou a forma como a saúde mental é tratada no Brasil. A data remete à luta por um modelo de cuidado mais humano, digno e inclusivo, rompendo com a lógica dos antigos manicômios, que durante décadas representaram espaços de exclusão, violência e abandono de pessoas em sofrimento psíquico.
O movimento da luta antimanicomial ganhou força a partir da década de 1980, quando trabalhadores da saúde mental, usuários dos serviços, familiares e militantes passaram a questionar a eficácia e a ética das internações em massa e do isolamento social promovido pelos hospitais psiquiátricos. Inspirado pela Reforma Psiquiátrica Italiana, o movimento brasileiro reivindicava um novo modelo de atenção à saúde mental, baseado no respeito aos direitos humanos, na liberdade e na inserção social dos indivíduos.
Um dos marcos mais importantes desse processo foi o Encontro dos Trabalhadores de Saúde Mental, realizado em 18 de maio de 1987, em Bauru (SP), que consolidou a data como símbolo da resistência ao modelo manicomial. A partir dali, surgiram diversas iniciativas em todo o país em defesa da reforma psiquiátrica, culminando na criação da Lei nº 10.216, de 2001. Essa legislação ficou conhecida como a “Lei Paulo Delgado” e estabelece os direitos das pessoas com transtornos mentais, priorizando o tratamento em liberdade, com base nos serviços substitutivos aos manicômios, como os Caps.
O evento é gratuito e aberto ao público.
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