Crise
Comissão Provisória do PSDB renuncia às vésperas da eleição

A maior parte dos membros da Comissão Provisória que conduzia o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) em Uruguaiana renunciou. Em uma postagem em sua página nas redes sociais, o então presidente, José Carloto, anunciou a renúncia.
Ele reproduziu no post a 'carta de renúncia'. Dos 13 membros, sete deixaram seus cargos. "A Comissão Provisória que dirigia a o PSDB até o dia 22/08, era composta por 13 membros. A discordância com a forma do encaminhamento e apoio dado por membros ligados a executiva estadual, a ações partidárias que representam uma violação dos mais sagrados princípios do nosso partido, levou um grupo de correligionários, a renunciar a condição de dirigentes partidários para não validar a continuidade na desconstrução dos valores que o Partido diz cultuar", disse. Além de Carloto, renunciaram Nelson Pereira, Cláudia Freitas, Eloy Trojan, Cláudia Segabinazzi, Gediel Machado e Orvandil de Freitas. O secretário geral na Comissão Provisória, ex-prefeito Luiz Augusto Schneider, não renunciou.
"Neste período que foi breve, aprendi, conheci gente que não conhecia, conheci gente que pensava conhecer e entendi que os motivos que impulsionam alguns políticos a enfrentar uma eleição não são só o interesse de dar ao povo melhores condições. Nos afastamos da Direção Partidária sim, mas não da nossa ideologia, nem dos nossos princípios e dos valores políticos que se encontram depositados no PSDB", disse Carloto.
Vazamentos expõem bastidores
Circularam em grupos de mensagens dois áudios, que expõem possíveis negociações políticas entre o Democratas (DEM) e o PSDB, com direito a troca de acusações entre o vereador Elton Rocha (PSDB) e o ex-vice-prefeito, ex-secretário de Educação e ex-vereador Delmar Kaufmann (PSDB).
No áudio encaminhado a um grupo de apoio e que acabou vazando, Rocha - que já se lançou como pré-candidato a prefeito - diz que teve informações acerca de manobras contra sua candidatura e deixa claro que "sou o pré-candidato. Comissão Provisória querendo ou não. E vou ser o candidato".
"Estamos fazendo todo um movimento e não vamos deixar que o partido seja bengala de partido nenhum, que é o que querem fazer. Querem colocar o PSDB de vice de partidos menores que o nosso. Nós vamos mostrar a todos, na urna, a diferença que o PSDB vai fazer neste ano", disse ele. E seguiu: "Afirmo que sou o pré-candidato e estamos por fechar uma coligação bem importante para o partido. E acreditamos que tudo vai dar certo... Nós temos uma campanha pra fazer e uma eleição pra vencer" e finalizou dizendo que "Vamos passar como um rolo compressor por cima de vocês", em referência a seus 'inimigos'.
A resposta não demorou a chegar. Também por meio de um áudio, o professor Delmar disse que Elton tem todo o direito de manifestar suas pretensões para qualquer cargo, mas que não pode ser "hipócrita". "O vereador Elton procurou duas vezes a direção do DEM se oferecendo para ser vice na chapa do delegado Epifânio. Ele não tem o direito de fazer um discurso dentro do PSDB e, 'por trás', se oferecer para ser o vice. E agora falar que o PSDB não pode ser bengala".
O experiente político seguiu dizendo que: "Estou acostumado a tratar a política seriamente. Estou há 30 anos na vida pública, fui 14 anos secretário da Educação, fui vice-prefeito, fui 12 anos vereador. Meu nome nunca foi citado, muito menos denunciado, por improbidade administrativa". Kaufmann seguiu comentando que, apesar da curta vida pública, Rocha já tem "processo por improbidade", originados a partir "de uma sindicância movida por um prefeito do PSDB". "Espero que tu não venhas querer atirar pedra porque teu telhado é de vidro", destaca. A referência é a inquéritos civis ainda em tramitação no Ministério Público Estadual e Ministério Púbico Federal, referentes a gestão de Rocha na Secretaria de Ação Social e Habitação, durante o governo de Luiz Augusto Fuhrmann Schneider (PSDB).
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