URUGUAIANA JN PREVISÃO

Ricardo Peró Job

Luzes & Sombras

Está tudo dominado

Jair Bolsonaro certamente ficará inelegível, por decisão do TSE. O relator do processo, Benedito Gonçalves, “o amigo de Lula” (“missão dada, missão cumprida”), assim como a maioria dos ministros votantes, foram nomeados para seus cargos por governos petistas. O crime do qual é acusado: convocar uma reunião com embaixadores estrangeiros para discutir a violabilidade ou não das urnas eletrônicas, embora semanas antes, o ministro do STF, Edson Fachin tenha feito a mesma coisa. Mas, como todos sabemos, o STF manda e desmanda no país, pode tudo e não deve explicações a ninguém,  e ai de quem ouse discordar das decisões de suas excelências. Ser acusado de discordar da infalibilidade das “sacrossantas” urnas eletrônicas ou da eficácia das vacinas contra a covid 19, em qualquer país democrático, seria apenas um caso de opinião pessoal, não um atentado contra a democracia. Já relativizar a democracia, como Lula o fez...

Deltan Dallagnol, eleito o deputado federal mais votado do Paraná nas eleições de 2022,  foi cassado por unanimidade no Plenário TSE. A cassação do registro de sua candidatura se deu graças a dois recursos interpostos por partidos políticos contra o acórdão do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, que havia deferido o registro de sua candidatura. A desculpa foi a de que Dallagnol estaria inelegível, pois requerera exoneração do cargo de procurador da República enquanto estavam pendentes as análises de reclamações disciplinares e Processo Administrativo Disciplinar. Mais uma vez, o relator do caso foi Benedito Gonçalves, “o amigo da OAS”, que casualmente, havia sido citado em uma das investigações da Polícia Federal na Operação Lava Jato, da qual Deltan foi um dos principais artífices. Cabe lembrar que Deltan não fora condenado, como no caso do agora presidente Luiz Inácio da Silva.

Já faz algum tempo que  foi determinada pelo STF a suspeição do ex-juíz e agora senador Sérgio Moro nos julgamentos da Operação Lava Jato,  embora seus ministros e de outros tribunais superiores não costumem se declarar impedidos para julgar afilhados, amigos e até pessoas com laços de parentesco. Tal suspeição redundou na anulação de todas as suas condenações no âmbito da mesma Operação, fato este que determinou a soltura de corruptos confessos e a eleição de um condenado para a Presidência da República. Agora, provavelmente, será cassado pelo TSE. Moro enfrenta duas ações na Justiça Eleitoral que pedem a cassação do seu mandato. Elas têm teor semelhante e envolvem acusações de abuso de poder econômico e suspeita de "caixa 2" em sua campanha ao Senado. Uma delas é movida pela federação partidária formada pelo PT, PV e PC do B. A outra é de autoria do PL, de Jair Bolsonaro. Como podemos ver, os inimigos, independentemente da sigla, se unem em torno de objetivo quando lhes convém, no caso, o combate à corrupção.

Paralelamente a modificação dos resultados eleitorais - que representam a vontade popular,  portanto, a essência da democracia - por meio de “canetaços”, vivenciamos a cada dia que passa o avanço da censura e a perseguição daqueles que ousam discordar do atual governo ou dos desmandos e atos inconstitucionais promulgados pela Suprema Corte, que ironicamente, deveria zelar pelo cumprimento da Constituição.

Fico imaginando o que fariam Sobral Pinto, Paulo Brossard de Souza Pinto, Ulisses Guimarães e tantos outros que dedicaram suas vidas ao combate a ditadura diante  do atual estado das coisas. Certamente não teriam ficado em frente aos quartéis pedindo um golpe militar, mas certamente não estariam delatando aos tribunais jornalistas que criticam o governo e decisões das Cortes Superiores, ou pedindo a cassação de colegas de oposição, como o fazem hoje diversos congressistas. Mas, tenho a certeza de que estariam cobrando do Congresso Nacional, único foro legítimo para frear tais abusos, uma postura digna de combate a esta ditadura que hoje assola o país.

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