URUGUAIANA JN PREVISÃO

BRIANE MACHADO

Observe o caminho

Você lembra quem estava ao seu lado na festinha em que comemorastes sete anos? Aquela com o tema inusitado, com um "mix" de Super Heróis e Rei Leão.

Aposto que há uma foto registrando o momento em que todos os convidados ficaram posicionados ao redor da mesa do bolo, esperando a hora que alguém estouraria o balão surpresa.

Havia um bolo coberto de merengue, algumas balas de coco enfeitavam os copos descartáveis, enquanto as garrafas de refrigerante vestiam adereços de personagens.

Assim eram as festas de aniversário de quem nasceu na década de 80 - algumas pessoas seguiam o mesmo padrão em meados dos anos 90.

O Rei Leão era um dos temas preferidos, mas, naquela época, poucas eram as festas com tema único. Enfeites daqui e dali eram reaproveitados e, sinceramente, a pompa e circunstâncias eram desnecessárias - havia aquele "estouro" em que todos se preparavam para recolher as miudezas que caíam ao chão.

Eu me lembro da roupa que usei na minha formatura do ensino fundamental, lembro quem foi a professora que entregou o diploma de conclusão, lembro quem estava ao meu lado na hora em que chamaram, nominalmente, todos os formandos daquele ano.

Também me recordo de quem comemorou cada momento importante da minha vida, quem foram as pessoas para as quais enviei convites e participei, com a maior alegria, sobre mais uma conquista.

Não sei se isso é bom ou ruim, mas minha memória mais parece um HD com espaço infinito. Tenho a estranha mania de lembrar todos os fatos que constituem a minha existência.

Acredito que não sou a única a ter esse privilégio meio inoportuno, que traz lembranças, por vezes, desnecessárias.

Entretanto, minhas memórias trazem pessoas, em sua maioria, importantes para a minha vida, das quais guardo lembranças, risadas, curiosidades. Como se fossem personagens de um grande livro de histórias, uma enciclopédia personalizada.

Por vezes, paro e lembro-me das amigas que tive na 2ª série, das amigas que estavam comigo na primeira festa que meus pais liberaram e se tornou um grande evento.

Recordo de como foi o primeiro dia de aula na escola nova, do dia em que prestei vestibular, de como foi ver meu nome no listão de aprovados e quem estava lá para comemorar.

Lembro-me do primeiro dia de aula na faculdade, dos amigos que fiz, das lembranças que cultivei, do dia em que busquei o diploma e de como passei calor naquele ginásio - faltou energia elétrica no momento da celebração. E, mesmo assim, foi um dos momentos mais especiais da minha vida.

Estamos enfrentando uma grande e dolorosa crise, afastados de quem amamos, da rotina, do trabalho, da faculdade. Aguardamos, ansiosamente, por abraços e contato das pessoas mais especiais que compõem a existência de cada um de nós.

Pais, avós, irmãos, filhos, namorados, amigos, colegas. Sentimos falta de cada pedacinho do que antes achávamos normal, corriqueiro.

E, hoje, contamos com o apoio, mesmo que de longe, daquelas pessoas mais queridas, que são indispensáveis.

Após enfrentar essa crise, fique com quem te ligou, escreveu, se preocupou ou, apenas, perguntou se você precisava de algo.

Embora sozinho, a estrada não precisa ser solitária.

Tenha essas pessoas na sua vida.

O caminho é com eles.

 

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