URUGUAIANA JN PREVISÃO

BRIANE MACHADO

Lenços?!

Confesso que até ontem, eu não fazia ideia sobre qual assunto escreveria a crônica desta semana.

A vida anda tão corrida e acabo dispondo de pouco tempo para refletir sobre o que está acontecendo em volta. Talvez, seja uma falha minha ou um simples lapso de estresse rotineiro que logo passará.

Então, ontem tive uma folga nos afazeres, no trabalho, na leitura e pude sentar para assistir a um filme. Momento em que consegui me jogar no sofá e fazer absolutamente nada além de olhar para a televisão. Experiência essa que há meses não era possível acontecer.

Bom, a verdade é que meu cérebro não descansou. Fato. No meio do filme eu já estava pensando e concatenando ideias sobre o que nós, seres humanos, pensamos cada vez que nos deparamos com as emoções de outrem.

Explico: eu sou a pessoa que já assistiu Titanic algumas incontáveis vezes e tenho cenas certas em que desabarei em lágrimas. Uma história que nem sei ao certo se aconteceu ou se foi romantizada para os roteiros cinematográficos. Entretanto, lágrimas seguidas de soluço e vermelhidão no rosto surgem.

Não diferentemente, o filme que assisti ontem tinha uma cena específica que me fez derramar mais algumas lágrimas. E percebi naquele lapso de alguns segundos que a questão é se colocar no lugar do outro.

As histórias nem sempre são verídicas, mas nos levam ao pico da emoção, seguida de ternura, compaixão, solidariedade e no pensamento contínuo de que aquela situação poderia acontecer com qualquer um de nós.

Acredito que eu não seja a única que precisa assistir filmes, séries e ouvir músicas acompanhada de lenços, mas será que a realidade que está posta ao nosso lado também nos emociona da mesma forma?

Diariamente, os noticiários elegem algum momento do dia para que nos coloquemos a pensar sobre determinados acontecimentos. Às vezes, a alegria da notícia nos emociona, já em outras não sabemos o motivo que faz alguns seres tão desprezíveis.

E, como eu estava dizendo, nos atentarmos aos fatos do cotidiano requer tempo e atenção para que sejam devidamente analisados e respeitados.

Seres vivos - e aqui incluo todas as espécies - sofrem com a covardia de alguns. Somos tomados por uma imensa onda de descrédito, de medo, de inconsistência e inconsciência do que temos por racional.

Até onde a brutalidade humana é capaz de ir? A partir de qual momento desenvolvemos empatia, solidariedade, fraternidade e amor ao próximo? Você se coloca, genuinamente, no lugar do outro ou apenas elege quem merece a sua compaixão?

Precisamos ser antes de falar. Precisamos agir. Ser, apenas, espectador pode ser angustiante e frustrante.

A vida nos apresenta inúmeras possibilidades de levarmos ao outro o mínimo de conforto emocional, logo, coloca-las em prática se tornou um dever social.

Engana-se quem pensa que a vida é uma longa linha reta. Somos sinuosos. Um dia de cada vez, com altos e baixos, curvas, aclives, declives, buracos e atoleiros.

Dificilmente, encontraremos quem nos jogue a corda, mas, quando acontecer, segure com força e não solte.

Somos protagonistas das nossas próprias vidas, não temos o roteiro pronto, mas podemos tratar com empatia e amor os coadjuvantes e figurantes.

Claquete!

  

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