O Ministério das Relações Exteriores respondeu ofício encaminhado à Câmara de Vereadores, por iniciativa do vereador Clemente Correa (PDT), pedindo 'ajuda' aos caminhoneiros brasileiros por conta do tratamento a eles dispensado pelas autoridades argentinas. O requerimento foi aprovado no dia 25 de agosto, mas somente agora a resposta da União chegou.

Na ocasião, Clemente se manifestou dizendo que trabalhadores que aguardam a liberação dos caminhões no Complejo Terminal de Cargas (Cotecar) e Área de Control Integrado (ACI), em Paso de Los Libres, estavam expostos a um local com péssimas condições nos sanitários, impedindo a higiene básica dos motoristas, e sem estrutura mínima para a realização de refeições. O requerimento relatou abuso de autoridade, inclusive com apreensão de aparelhos celulares e detenção de brasileiros que tentam registrar através de imagens e vídeos a situação. "É fundamental e urgente providências sobre essa lamentável condição que esses trabalhadores se encontram. O documento na íntegra será encaminhado à presidência da república, pedindo respeito e observância aos acordos internacionais e aos tratados do Mercosul", salientou Clemente.

O requerimento foi encaminhado ao Gabinete da Presidência da República, à Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, da Câmara de Deputados, ao Ministério das Relações Exteriores, à Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul, do Congresso Nacional, à Comissão Mista Permanente do Mercosul e Assuntos Internacionais, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, e ao Consulado da República Argentina.

Em resposta o Ministério das Relações Exteriores disse "por meio da Embaixada do Brasil em Buenos Aires e do Consultado-Geral do Brasil em Paso de los Libres, acompanha de perto o trânsito e a situação dos motoristas brasileiros na Argentina, intervindo junto às autoridades argentinas sempre que necessário".

O órgão informou ainda que no dia 23 de julho foi informada sobre a proibição aos motoristas residentes e, proibição de deixar os caminhões no Cotecar e vir para casa enquanto aguardavam liberação dos processos aduaneiros, e que tal medida foi revogada após atuação da Embaixada Brasileira junto ao Ministério das Relações Exteriores da Argentina.

Ainda segundo o documento do Ministério, a Associação Brasileira de Transportadores Internacionais (ABTI) informou ao órgão que as condições atuais do Cotecar foram melhoradas. "Assim, o problema mencionado parece ter sido solucionado", conclui o documento assinado pelo chefe da Divisão de América do Sul do Ministério, Eduardo Pereira e Ferreira.