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Caso Bernardo

Começou novo júri de Leandro Boldrini

imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Leandro Boldrini responde pelo homicídio quadruplamente qualificado do filho, ocultação de cadáver e falsidade ideológica

Começou na manhã de ontem, 20/3, o julgamento do médico Leandro Boldrini, acusado de matar o próprio filho, Bernardo Boldrini, em 2014. À época do crime, a criança tinha 11 anos.

Além do pai, a então madrasta de Bernardo, Graciele ‘Kelly’ Ugulini, e os irmãos Edelvania e Evandro Wirganovicz, foram acusados pelo crime, ocorrido em Três Passos, no noroeste do estado, em abril daquele ano. Os quatro já foram a júri popular e foram condenados (Leandro recebeu uma pena de 33 anos e oito meses de prisão). No entanto, no caso dele, a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) anulou o júri e determinou que ele fosse novamente submetido a julgamento em razão de comportamento inadequado por parte de um dos promotores que atuou no júri e da juíza que presidiu a sessão.

Leandro responde pelos crimes de homicídio quadruplamente qualificado (motivo torpe, motivo fútil, emprego de veneno e dissimulação), ocultação de cadáver e falsidade ideológica. Ele é apontado pelo Ministério Público como mentor do crime.

O julgamento é presidido pela juíza de Direito Sucilene Engler Audino, titular da 1ª Vara Judicial de Três Passos. O Ministério Público está representando pelos promotores Lúcia Helena Callegari e Miguel Germano Podanosche. Já a defesa de Boldrini está a cargo dos advogados Rodrigo Grecellé Vares e Ezequiel Vetoretti.

Durante a manhã, os trabalhos iniciaram com o sorteio do Conselho de Sentença, que ficou composto por seis homens e uma mulher.

Em seguida, ocorreu a reprodução de vídeos onde Bernardo aparece gritando por socorro, discutindo com o pai e a madrasta, e de interceptações telefônicas de conversas do réu com familiares e amigos sobre o desaparecimento do filho. A exibição do material foi autorizada pela magistrada, a pedido do Ministério Público, na fase de leitura de peças, que acontece no começo do julgamento. Presente no plenário, Boldrini chorou durante a reprodução das mídias e chegou a deixar a sala.

À tarde, teve início a oitiva das testemunhas e a primeira a depor foi a delegada Caroline Virginia Bamberg Machado, que conduziu as investigações à época. Ao longo de toda a tarde, ela respondeu a questionamentos do Ministério Público e, no início da noite, a defesa de Leandro Boldrini passou a fazer perguntas. Até o fechamento desta edição, a delegada continuava prestando depoimento.

O caso
Bernardo Boldrini tinha 11 anos, quando desapareceu, em Três Passos, no dia 4 de abril de 2014. Seu corpo foi encontrado dez dias depois, enterrado em uma cova vertical em uma propriedade às margens do rio Mico, na cidade vizinha, Frederico Westphalen.

No mesmo dia, o pai e a madrasta da criançaforam presos, suspeitos, respectivamente, de serem o mentor intelectual e a executora do crime, com a ajuda da amiga dela, Edelvania. Dias depois, Evandro Wirganovicz foi preso, suspeito de ser a pessoa que preparou a cova onde o menino foi enterrado.

Após a morte da mãe de Bernando, Odilaine Uglione, em 2010, o pai se casou novamente, com Graciele, com quem teve uma filha. O menino vivia com o casal. Ao longo da investigação, diversas testemunhas apontaram que Graciele odiava o menino, que era maltratado também pelo pai. O próprio Bernardo chegou a pedir ajuda às autoridades pouco antes de ser morto.

Em 2013, procurou por conta própria ajuda no Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente de Três Passos, o que levou o Ministério Público a ajuizar uma medida protetiva. A avó de Bernardo, mãe de Odilaine, chegou a formalizar um pedido de guarda do neto, mas, em janeiro de 2014, Boldrini pediu ao Juizado da Infância e da Juventude uma chance de reaproximação com o filho. Pai e filho teriam uma nova audiência marcada para 14 de maio, cerca de um mês após o assassinato.

Graciele segue presa e tem previsão para progressão de regime para o semiaberto em julho de 2026. Edelvania está atualmente em regime semiaberto. E Evandro está em regime semiaberto, atualmente em livramento condicional.

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