Nesta quinta-feira, dia 11 de agosto, o escritor, cineasta e arquiteto, uruguaianense Tabajara Ruas completa 80 anos de idade, em plena atividade. Por dez anos, entre 1971 e 1981, viveu no exílio: na Argentina, Chile, Dinamarca, Portugal, São Tomé e Príncipe e no Uruguai. Iniciou o curso de Arquitetura na Universidade Federal do Rio Grande do Sul e terminou na Det Kongelige Danske Kunstakademi, em Copenhagen. Entre suas obras literárias, com primoroso texto e conteúdo, temos: A região submersa; O amor de Pedro por João; Os varões assinalados; A cabeça de Gumercindo Saraiva; O fascínio; Netto perde sua alma; Minuano e Perseguição e cerco a Juvêncio Gutierrez. Nos anos 2002/2003 foi consultor especial da Rede Globo na minissérie A Casa das Sete Mulheres. Na sétima arte destacamos: Netto perde sua alma; Brizola Tempos de Luta, documentário longa-metragem sobre o político Leonel Brizola; Netto e o Domador de Cavalos; Os Senhores da Guerra e A cabeça de Gumercindo Saraiva. Tabajara resgatou a história do General Antônio de Souza Netto (1803-1866), político e militar gaúcho, com heróica participação, principalmente  na Guerra dos Farrapos e na Guerra do Paraguai. No próximo mês de setembro, iniciará as filmagens de Perseguição e cerco a Juvêncio Gutierrez, novela que retrata Uruguaiana.
Por ordem de nascimento, Tabajara integra um seleto grupo, a "Geração de Ouro” na cultura local, que ganharam projeção nacional e internacional: Marcelino Tabajara Gutierrez Ruas (1942); o professor, ex-deputado estadual e federal e ex-prefeito de Porto Alegre, Raul Jorge Anglada Pont (1944); o poeta Luiz Carlos Goulart de Miranda (1945); o ator Miguel Augusto Santurio Ramos (1947); o poeta, escritor e jornalista, Nei Carvalho Duclós (1948); e César Omar Rodrigues Escoto, o consagrado cantor César Passarinho (1949).
Fui apresentado ao Tabajara, por um amigo em comum, o ator Miguel Ramos. Lembro que estávamos em Florianópolis e o Miguel recebeu uma ligação telefônica. Era o Taba, avisando que iria nos pegar para jantar e conversar. Chegou ao hotel com sua esposa Lígia Walper e fomos até sua residência, uma casa na beira da Lagoa da Conceição, com "estilo dinamarquês", janelas e portas coloridas e, dentro dela, na sala, uma enorme pedra que foi aproveitada. O fundo da casa, era a Lagoa, com um trapiche para apreciar a Lua. Seus dois filhos, Lucas  e Tomás, eram crianças. Era 2 de outubro de 2003, e amanhecemos conversando. Falou sobre seus projetos, o tempo que viveu fora do Brasil, como surgiu e desenvolveu seus romances, sua paixão pela literatura e pelo cinema. No decorrer do papo, descobrimos outro ponto em comum: a paixão pelos filmes de faroeste italianos e norte-americanos, em muito fomentada pelos áureos tempos dos cinemas em nossa Uruguaiana. Também, é fã do diretor John Ford (1894 - 1973), premiado cineasta dos Estados Unidos.
Ao completar oito décadas, este cidadão do mundo, merece nossa reverência pela ímpar contribuição à cultura brasileira, sempre dando destaque para sua cidade natal e a história gaúcha. Sei que se aqui estivesse, Miguel Ramos (1947 - 2014) te saudaria e sei que foi um amigo incansável e solidário quando ele enfrentou, com bravura e com teu valioso amparo e afeto, sua enfermidade. Neste dia especial, desejo-te muita saúde, Tabajara Ruas, para continuares teus projetos, novos livros, outros filmes e que tenhas muito tempo para dividir a felicidade da vida com tua família e amigos. Receba meu abraço! Saudações coloradas!