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Ricardo Peró Job

Luzes & Sombras

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O terceiro governo de Luiz Inácio da Silva, o “Lula” tem se notabilizado por uma verdadeira caçada aos seus adversários políticos, além da volta à cena de figuras carimbadas por casos de corrupção durante a anterior era petista. 

Há poucos dias, documentos divulgados pelo Portal Poder DF, revelaram que a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, não prestou contas dos contratos de sua ONG, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, da qual ela foi diretora executiva até 2022. Para maquiar os esquemas de corrupção apontados pelo TCU, a organização atuava sem CNPJ, utilizando registros de organizações regionais como Coiab, Arpinsul e outras instituições indígenas para firmar contratos com recursos públicos. Segundo a reportagem, o dinheiro era desviado e nunca chegou nas aldeias indígenas.

Já a ministra do Turismo, Daniela Carneiro, a “Daniela do Waguinho” foi denunciada por envolvimento com milícias e por ter contratado a empresa de uma beneficiária do Auxílio Emergencial para atender seu gabinete na Câmara em sua campanha a deputada federal. Ao longo do período da pandemia da covid, a empresa recebeu um total de R$ 364 mil pela locação de automóveis de passeio, vans, trios elétricos e um caminhão. Daniela gastou também R$ 1, 09 milhão em sua última campanha em gráficas que pertencem a um ex-assessor de seu marido, prefeito de Belford Roxo no RJ As tais “gráficas” não existem em seus endereços fiscais.

O ministro Juscelino Filho, das Comunicações, também está enrolado. Ele é acusado de uso irregular do fundo eleitoral e de usar emendas do Orçamento em benefício próprio. Quando era deputado federal, destinou R$ 7,5 milhões em emendas de relator à prefeitura de Vitorino Freire (MA), dos quais R$ 5 milhões foram destinados para  a pavimentação de 19 km da estrada que circunda oito das fazendas de sua família. Casualmente, a prefeita de Vitorino Freire é Luanna Rezende, irmã do ministro.

Mas dos indicados de Lula, Flávio Dino, o ministro da Justiça e Segurança Pública é o mais enrolado. Quando governador, foi denunciado por José de Carvalho Filho, executivo da construtora Odebrecht, como defensor de assuntos de interesse da empresa em troca de propina. Carvalho Filho revelou que o então governador do Maranhão recebeu da construtora 200 mil reais por meio de caixa dois para suas campanhas. Mesmo com a confissão do delator, o STJ determinou o arquivamento da investigação por falta de provas. Em 2017, a PF prendeu 14 suspeitos na Operação Pegadores, que apontou fraudes milionárias na área da saúde do Maranhão, governado por Dino. Na época, os investigadores descobriram que até uma sorveteria passou por uma transformação jurídica virando empresa gestora de serviços hospitalares para emissão de notas fiscais frias e levantamento de R$ 1,1 milhão em recursos públicos. Também foi denunciada a compra de combustível destinado a abastecer um helicóptero da SSP do Maranhão. O governo fez um contrato para comprar 175 mil litros de combustível por ano para abastecer o helicóptero usado pela Secretaria, quando o consumo anual deste helicóptero, previsto em contrato seria de 144 mil litros. Para a PGR, há suspeitas de que 31 mil litros tenham sido comprados a mais, o que provocaria prejuízo de R$ 267 mil aos cofres públicos. Como se não bastasse, Dino era um dos comandantes do famigerado “Consórcio Nordeste”, que deitou e rolou com o dinheiro público durante a pandemia de covid. Também o ministro Carlos Lupi, do Trabalho, na semana passada nomeou para uma das secretarias de seu ministério Paulo Roberto dos Santos Pinto. Paulo Roberto, em 2013 caiu do cargo de secretário-executivo do Ministério do Trabalho após ser alvo de uma operação da Polícia Federal que investigava desvios da ordem de R$ 400 milhões na pasta. Pinto fora nomeado pelo mesmo Carlos Lupi, ele próprio demitido do Ministério do Trabalho de Dilma Rousseff em 2011 devido à descoberta de um esquema de cobrança de propina para regularizar o registro de organizações.

Com esta turma, nenhum governo pode dar certo.

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