Brasil recebe certificado de livre de aftosa com vacinação

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O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, recebeu na última quinta-feira, 24/5, o certificado que confere ao Brasil o status de livre da febre aftosa com vacinação. A entrega ocorreu durante a 86ª reunião da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), em Paris (França). A maioria dos estados brasileiros já tinha o reconhecimento de zona livre da aftosa com vacinação. Agora, com o novo status sanitário, a comercialização de carnes e animais vivos será facilitada tanto dentro quanto fora do país.
A nova condição sanitária, agora estendida a todos estados, além de Santa Catarina considerada livre sem vacinação, foi comemorada pelo ministro que destacou esforços do governo e da inciativa privada e perspectiva de ampliação de mercados para as carnes bovina e suína. "O Brasil vem numa luta, em um programa de mais de 60 anos para erradicar essa doença e, nos últimos anos, fez um esforço muito grande para finalmente resolver o problema", afirmou. "E, a partir desse reconhecimento, o Brasil tem novo status no mercado mundial e poderá acessar mercados que ainda estão fechados". Ele destacou tipos de carne que passarão a ser negociados, principalmente, com países asiáticos, como China e Japão. "Não era possível, até agora, por exemplo, exportar para a China carne que contém osso".
De acordo com Maggi, há "o efeito colateral, que são as exportações de carne suína. Se você não tem o país livre, o mercado não aceita a carne suína. Temos um estado na federação que é livre sem vacinação, então, esse podia exportar por exemplo, para o Japão, para Coreia e outros mercados. Em resumo, mudas o status e ao mudar, você tem mais gente para conversar, mais países para comercializar", disse.
As ações realizadas em busca da nova condição sanitária, compartilhadas entre os governos federal e estaduais e o setor privado, incluem a vacinação nos pastos, a vigilância nas fronteiras e a estruturação da rede laboratorial do país.
Campanha
A nova condição sanitária chega exatamente durante a primeira etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa de 2018 no Rio Grande do Sul. Os produtores têm até a próxima quinta-feira, 31/5. A expectativa para 2018, de acordo com a área técnica da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi) é de vacinar 13 736 milhões de animais, entre bovinos e bubalinos. A meta de imunização é de ao menos 90% deste total. Em maio de 2017, a cobertura foi de 98,93% e, em novembro, de 97,48%.
Os produtores que não vacinarem seus rebanhos ou não comunicarem a vacinação às inspetorias estarão sujeitos à multa.
Próximo passo
Um programa elaborado pelo Mapa junto com produtores prevê que até 2023 deverá ser possível cessar a vacinação no país, iniciando a retirada da vacina contra aftosa já a partir do ano que vem. "Temos esse cronograma definido em função do fluxo de animais, porque uma vez declarado o estado como zona livre, não é possível transitar mais por ele com animais procedentes de outro com situação diversa. E também há atuação nas fronteiras, desde a Argentina, Paraguai, Bolívia, Venezuela, países com os quais há um programa conjunto.
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