O Brasil deverá retomar as exportações de carne bovina para a China ainda no mês de março, antes da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao país asiático. A informação foi confirmada pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.

Com base em um protocolo sanitário acordado entre os dois países e vigente desde 2015, o Ministério da Agricultura aplicou um “autoembargo” nos embarques de carne bovina à China por conta da confirmação de um caso de “mal da vaca louca” em um animal de 9 anos em uma propriedade rural em Marabá, no Pará.

Em 2021, na última vez em que foram confirmados casos da vaca louca no Brasil – dois casos atípicos em Minas Gerais e Mato Grosso – as exportações para a China ficaram suspensas por cerca de 100 dias, de setembro a dezembro.No protocolo não há prazo determinado para que Pequim reestabeleça os negócios.Segundo o ministro, a China foi comunicada ainda quando o caso era uma suspeita. Em 2019, em caso semelhante, o embargo durou 13 dias.

A China é a principal compradora de carne bovina brasileira.

O caso

Pelas características descritas pela Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), o caso de “vaca louca” é uma forma atípica da doença, que surge de forma espontânea no animal em decorrência do envelhecimento das células. O animal tinha 9 anos e era criado a pasto. O bovino não teria consumido ração contaminada, um dos itens que poderia indicar um caso típico de vaca louca e que requer mais cuidados.

Amostras biológicas foram enviadas para um exame de contraprova no Canadá, cujo resultado deverá sair ainda nesta semana. O Mapa informou que a demora ocorreu porque na quarta-feira, 22/2, dia em que o material chegou ao Canadá, também foi feriado no país. A expectativa era de que a amostra chegasse ao laboratório até o domingo, 26/2, após os procedimentos de desembaraço na alfândega canadense. O exame, mais sofisticado, confirmará se o caso era atípico ou clássico (transmitido entre animais por ingestão de ração contaminada).

O animal contaminado foi abatido e incinerado e a propriedade isolada. Ainda conforme o Mapa, “nenhum animal da propriedade foi abatido em frigorífico, a carne não está no mercado”.