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Sabotage 50 anos

Projeto celebra rapper com disco inédito, filme, livro e mais

Divulgação imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Morto aos 29 anos, Sabotage completaria 50 anos em 2023.

Um dos maiores rappers brasileiros da história, Mauro Mateus dos Santos, mais conhecido como Sabotage, completaria 50 anos em 2023, no dia 3 de abril. Para celebrar vida e carreira do cantor, a família dele anunciou projeto mais que especial com novidades muito interessantes, como disco inédito (com parceria da gravadora Som Livre), filme, livro biográfico ilustrado e mais.

Intitulado Sabotage 50 anos, o projeto é comandado por Tamires Rocha e Wanderson "Sabotinha" dos Santos, filhos do artista icônico, e contará com exposição imersiva, série de curtas, linhas de roupas, acessórios e itens de papelaria. Durante entrevista à Rolling Stone Brasil, Tamires falou sobre esta série de homenagens, que iniciou nesta terça-feira, 18/4, com lançamento do remix de "Respeito É Pra Quem Tem," com participação de N.I.N.A do Porte.

"Esse projeto já está no nosso coração já faz um tempo. Com os fãs, sempre mantemos o legado [do Sabotage] vivo. Também temos muitas coisas do meu pai que gostaríamos que fossem compartilhadas com os fãs, com as pessoas que ouvem e curtem ele, não ficasse só conosco," afirmou a filha do rapper. Então, começamos a pensar em diversos projetos, muitas coisas, muitas ideias... para colocá-las em prática”, diz.

O álbum com regravações deve ser lançado ainda em 2023 e, além de N.I.N.A do Porte, Filipe Ret, Orochi, Criolo, Vandal e Djonga também foram convidados. Cada artista regravará um clássico de Sabotage com novos versos. A organização de Sabotage 50 anos decidiu trazer nomes que nunca gravaram canções do rapper - por isso Mano Brown, RZO e Rappin' Hood não participam do álbum.

À Rolling Stone Brasil, Tamires explicou como esses artistas foram escolhidos para as regravações porque são inspirados pelo Sabotage, além de ter uma relação com os filhos. "Nesse novo álbum, a gente traz uma cara nova. Eles escrevem hoje porque foram inspirados por alguém, e esse alguém foi Sabotage," disse.

Nada melhor que começar o ciclo do novo disco com N.I.N.A do Porte, que representa muito a mulher preta da periferia, segundo Tamires Rocha. "Vamos dizer que somos o Lado B do Sabotage: lado negro que milita pela favela e nossas causas. 'Respeito É Pra Quem Tem' é uma música que marcou muito a vida dela, marca a minha e de muitas pessoas," explicou.

Escolhemos abrir o álbum com essa música para todo mundo ver que respeito é para quem tem, respeitar as minas, favela, periferia e nossa luta!

Os outros produtos além do álbum ainda estão se previsão de lançamento, mas o livro biográfico e a exposição imersiva, a qual contará com objetos, manuscritos e itens de Sabotage, devem sair ainda em 2023. Já o filme encerrará esse manifesto de 50 anos - e spoiler: contará com músicas inéditas que fazem parte do legado do cantor.

“Sabemos que Sabotage não é algo pequeno, nem limitado. Quando sou fã de um artista, quero ver tudo sobre ele, uma série, filme, livro, músicas inéditas… então a gente sempre quer algo a mais do nosso ídolo. Já tínhamos esses projetos em mente e agora colocamos todo em prática, explica Tamires.

Ela diz ainda que, junto com o irmão, quer surpreender os fãs com Sabotage 50 anos e mostrar toda importância que o artista tem até hoje, não só dentro do rap, mas também na música brasileira.

Carreira

Sabotage nasceu e cresceu na favela, foi traficante e largou o crime anos antes – diz que o rap o salvara. Sua obra como cantor e compositor tinha cunho social, falando sobre drogas, violência e criminalidade. Sua estreia no cinema foi no filme “O Invasor”, de Beto Brant e do qual compôs a trilha sonora. Também incorporou o personagem Fuinha em “Carandiru”, longa de Hector Babenco, que estreou meses depois da morte do rapper, há 21 anos. O papel dele era de um detento viciado em drogas.

Três anos antes havia lançado o álbum "O rap é compromisso", e estava na melhor fase de sua carreira, trabalhando em novas parcerias e produções. Suas inspirações eram fortes, como Chico Buarque, Afrika Bambaata e Barry White.

Na época de sua morte, o rapper inspirava milhares de jovens com suas rimas carregadas de realidade.

O maestro do Canão, como era conhecido, teve sua trajetória interrompida justamente nas vésperas de uma atividade política que o daria projeção internacional. Naquele dia viajaria para Porto Alegre, para um grande momento de sua carreira. Ele era uma das atrações no Fórum Social Mundial, onde se encontraria com movimentos sociais vindos do mundo inteiro para se contrapor ao Fórum Econômico Mundial em Davos sob a consigna de "Um outro mundo é possível". Tinha ainda dois shows no Bar Opinião.

Assassinato

Sabotage viveu a maior parte da vida na zona sul de São Paulo, principalmente na favela do Canão, mas também na Vila da Paz, Boqueirão e outras – em geral, presentes em duas rimas e importantes para sua trajetória.

Ele foi morto na manhã do dia 24 de janeiro de 2003. Alvejado com quatro disparos de calibre 380 mm, por volta das 5h30, foi encontrado caído na Avenida Professor Abraão Moraes, ainda com vida. Foi socorrido e encaminhado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos e morreu por volta de 11h30.

Ele estava voltando para casa depois de deixar a mulher, Maria Dalva da Rocha Viana – na época auxiliar de cozinha – em seu local de trabalho. À época, família e amigos disseram que Sabotage fazia esse trajeto diariamente. Como não tinha carro, levava a esposa de ônibus ou lotação.

Sete anos depois do crime um homem – hoje condenado – foi preso, Sirlei Menezes da Silva. A polícia cogitou desavenças como motivação do crime, sugerindo alguma relação com os tempos em que Sabotage ainda estava no tráfico. No julgamento Sirlei afirmou que não tinha cometido o assassinato, e que teria sido torturado pela polícia para confessar o crime anteriormente.

Muito do assassinato de um dos maiores nomes do rap brasileiro permanece desconhecido.

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