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Rubens Montardo Junior

Parque Witeck

Para quem ainda não teve a oportunidade, recomendo que conheçam o Parque Witeck, situado no município de Novo Cabrais, na região central do Rio Grande do Sul, idealizado pelo médico Acido Witeck.  Possui a maior área privada de parques do estado, bem como da América Latina, adquiridos em 1962, por Acido Witeck. Tratava-se de uma terra que fora degradada pela criação intensiva de gado, queimadas e desmatamento das reservas nativas da região. O terreno apresentava relevo acidentado e erodido. Em 1966, foram plantadas as primeiras árvores em um bosque próximo a antiga sede da fazenda, bem como foi criado o primeiro reservatório de água que deu origem ao que hoje constitui o Lago Encantado. Em 1967, iniciou-se o tratamento paisagístico em frente à antiga sede da propriedade e, em 1976, plantaram-se as primeiras coníferas oriundas da Ásia, Europa, Oceania e América do Norte. Em 1977, foram constituídas as primeiras ilhas temáticas, de acordo com as características das plantas (nativas, caducas, coníferas, palmeiras). Em área do Parque passou a , que é a área atual. Nesta época foi construída uma estufa para abrigar as palmeiras mais sensíveis às baixas temperaturas. Essa estufa não mais existe por conta do processo adaptativo.

A morfologia do terreno, a flora, a fauna, os recursos hídricos e a ação antrópica são elementos que constituem a atual paisagem que caracteriza o Parque. Hoje o número de espécies botânicas existentes na área é de cerca de 2100 espécies, entre árvores, arbustos e forrações, tanto nativas quanto exóticas. Um viveiro de produção de mudas permite a reposição das espécies dentro do Parque e a comercialização de algumas delas.

Há espécies nativas e exóticas  representantes de pelo menos 25 países de cinco continentes. A partir de 2007 começou-se a dar atenção especial à presença de animais, estando em andamento a identificação de pássaros e aranhas que habitam o Parque. O conhecimento da área faz-se através de trilhas demarcadas ao longo dos caminhos que são interligados aos diversos recantos: da Paz, Europeu, das Caducas e aos lagos: Encantado, Mágico, da Paz e Grande Espelho do Céu. Os lagos Negro e Selvagem não costumam ser abertos ao público por motivo de tratar-se de áreas de preservação.

Acido Witeck nasceu em 1º. de fevereiro de 1929 em Peritiba, cidade do oeste catarinense. Aos 18 anos foi servir, de forma voluntária, no Batalhão de Engenharia de Porto União, natal. Foi lá que ele aprendeu a falar e escrever de alemães, só conhecia o idioma familiar. No ano seguinte, prestou concurso nacional para a vaga única de sargento da área de saúde. Foi transferido para o Rio de Janeiro, onde cursou Medicina. Em 1960, já médico, Witeck foi transferido para Cachoeira do Sul, onde seguiu a profissão como clínico geral. Entre 1989 e 1993, foi prefeito de Cachoeira do Sul e, em 1993, elegeu-se vereador. Foi convidado a assumir como Secretário da Agricultura da cidade, cargo que exerceu até 1997. O médico morreu em 2 de agosto de 2004.

Atendendo seu pedido, a família optou pela cremação. As cinzas foram colocadas no Parque Witeck, no Recanto da Paz, no Lago Mágico e no Grande Espelho do Céu. Em sua homenagem, foram colocadas três pedras no Recanto da Paz, devido ao hábito que tinha de sempre plantar três exemplares de cada espécie. As três pedras, com o tempo, formaram um coração. O cidadão Acido Witeck deixou uma valiosa contribuição para humanidade, fruto de sua obstinação e amor pela natureza. Bom seria que estes exemplos se multiplicassem pelo Brasil afora.

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