URUGUAIANA JN PREVISÃO

João Eichbaum

A Democracia é definida com cifrões?

Se lhes perguntarem o nome da quarta letra do alfabeto grego, os senhores Lira, Pacheco e os ministros do STF certamente ficarão encabulados, quando seu silêncio confessar por eles que sua cultura não vai a tanto. E se nem eles sabem, o que se poderá
dizer do Lula?
Certamente, é por ignorarem o grego que eles misturam alhos com bugalhos, quando chamados a exercer seus deveres dentro de um regime democrático. Eles não sabem que a quarta letra do alfabeto grego se denomina delta, tem uma forma de triângulo no modo maiúsculo, e com ela se inicia o substantivo a que eles recorrem, em qualquer
papo: democracia.
Ora, tudo o que tem acontecido de ruim neste país ultimamente, só pode ter esse motivo: os poderosos não conhecem grego. Eles não sabem que a democracia foi fundada pelos gregos, exatamente para combater privilégios e tornar a todos iguais. Então, por isso, é de se relevar muita coisa, se levando em conta o tamanho da cultura deles.
Mas, se não conhecem grego, deveriam pelo menos conhecer a Constituição Federal, que escreve no seu artigo 1º: “A República Federativa do Brasil... constitui-se em Estado Democrático de Direito...” E, entre os valores sobre os quais se assenta esse regime democrático, o referido dispositivo constitucional enumera “a cidadania”, antes de dizer que “todo o poder emana do povo que o exerce por meio de representantes
eleitos ou diretamente...”
Sim, senhores. A Constituição Federal não começa com a Câmara de Deputados, com o Senado, com a Presidência da República e, muito menos, com o Poder Judiciário. Ela começa com a “cidadania” e com o “povo”, sem os quais não haveria essa República Federativa constituída em Estado Democrático de Direito, porque o povo é seu alicerce, sua única razão de ser.
Os congressistas, deputados e senadores, bem como o presidente da República são apenas mandatários do povo. É em nome do povo que eles devem exercer o poder.
O mandatário só deve se limitar à vontade do mandante. Mas, o que se tem visto, não é isso. Deputados, senadores, presidente da República, e o próprio Poder Judiciário, que nem representante do povo é, querem se tornar “tutores” do povo, como se o poder
lhes pertencesse.
O PL da Censura é um caso típico da usurpação do poder do povo. As redes sociais são um autêntico instrumento de exercício da cidadania, a voz do povo, seu único
canal de comunicação.
Mas, no dia designado para suprimir esse direito, o presidente da Câmara não sentiu firmeza. Adiou a votação e correu lépido para Lula em busca de negociação: abrir o cofre, distribuir verbas e cargos em troca de votos.
Essa é a “democracia” que Lira, Pacheco, Lula e o Poder Judiciário querem defender? Calar o povo, amordaçá-lo, suprimir-lhe o direito de levantar a voz contra as imoralidades praticadas na administração pública?
Ao que tudo indica, essa é, sim, a “democracia” que se quer impor no país: uma democracia sem povo, mas com cifrões.

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