Vereador quer criar leitos para cuidados paliativos na Santa Casa
João Eichbaum
Com que moral?

Em nome dessa dignidade humana, Luiz Fux, mal havia acomodado os fundilhos em cadeira do STF, reformou o § 3º do artigo 226 da Constituição Federal, permitindo o acasalamento de homem com homem e de mulher com mulher com os mesmos efeitos jurídicos do chamado sacramento do matrimônio.
Mais adiante, em nome dessa mesma "dignidade humana", o então ministro Celso de Mello, de memória nada saudosa, criou o crime de homofobia. Comete esse crime quem desrespeita a preferência sexual de quem quer que seja. Ai de quem expressar, em voz alta, um pensamento que desdenhe essa preferência, que segundo os seguidores do voto de Celso de Mello, é um direito fundamental.
Nada disso passou pelo parlamento, o único poder a quem a Constituição confere a competência para legislar. É por não ter passado por eles, certamente, que os senadores ignoram que a criatura humana tem direitos fundamentais, tem dignidade. Ou, pior, para eles, como para os ministros do STF, a dignidade só repousa no sexo. Fora do sexo, o sujeito merece ser tratado como um bicho qualquer.
É mais ou menos isso que está acontecendo na tal de Comissão Parlamentar de Inquérito do Covid. Lá só são bem tratadas, tratadas como pessoas portadoras de dignidade e que, por isso, merecem respeito, os depoentes que disserem exatamente o que os inimigos do governo Bolsonaro querem ouvir.
Mas, se a testemunha apresentar versão diferente daquela que pretendem alguns senadores, ai dela. A testemunha vira motivo de desdém, de achincalhe, de chacota, é alvo de comentários desnaturados e descaridosos de quem não tem moral para exigí-la, nem faro para distinguir a verdade da mentira. O depoente, enfim, é usado como joguete da má educação de quem o inquire, é virado do lado do avesso e, quando menos espera, passa de testemunha a réu.
Omar Aziz, para quem não sabe, é um sujeito que teve a mulher e três irmãos presos, por suspeita de corrupção passiva, com desvio de verbas destinadas exatamente à saúde, no tempo em que ele, Omar, era governador do Estado de Amazonas. Pois esse Omar, ele próprio indiciado no mesmo inquérito, é o presidente da tal de CPI do Covid, que apura - valha-nos, Deus! - irregularidades praticadas na saúde...
Pode? No Brasil, que está nas mãos dele, Omar, de Renan Calheiros e de outros encalacrados na justiça, pode. E só no Brasil se coloca como presidente de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar infrações penais, um engenheiro. De certo no Amazonas quem constrói casas, pontes e estradas são advogados...
E agora, o engenheiro Omar Aziz, que não conhece sequer as atribuições da presidência de uma Comissão, tenha ela a finalidade que tiver, abriu a boca para desmoralizar as Forças Armadas, baseado em desqualificados expedientes da tal de CPI.
As Forças Armadas, claro, não gostaram, e núvens escuras começam a se reunir no horizonte. O sapateiro foi muito além do chinelo: mexeu com abelheiro.
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