Durante o 34º Congresso do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (Cosems/RS), realizado em Gramado, o governo estadual apresentou oficialmente os fundamentos e metas do SUS Gaúcho, programa voltado à reestruturação da saúde pública no Estado. O evento, que teve início na quarta-feira, 6/8, segue até esta sexta-feira, 8/8, reunindo gestores, profissionais e especialistas da área. 

A proposta visa aprimorar a administração dos serviços, ampliar o financiamento e garantir mais efetividade na oferta de atendimentos à população, dentro da lógica do Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo a diretora do Departamento de Gestão da Atenção Especializada da Secretaria da Saúde (SES), Lisiane Fagundes, o plano prevê reforço financeiro com foco nos procedimentos realizados, servindo como complemento à atual tabela SUS, considerada defasada. 

Entre os princípios do SUS Gaúcho estão a atenção integral ao paciente, a otimização dos atendimentos hospitalares e a adoção de modelos estratégicos de remuneração. A iniciativa também está ancorada na regionalização dos serviços, na pactuação com base nas demandas reais da população e na organização de um sistema de regulação mais eficiente, transparente e técnico, com fila única de acesso. 

O programa será viabilizado por meio de um acordo firmado entre o Governo do Estado e o Ministério Público, com previsão de destinar cerca de R$1 bilhão até o final de 2026. 

Congresso marca retomada após tragédia climática 

Após as enchentes históricas que atingiram o Rio Grande do Sul neste ano, o congresso do Cosems/RS tornou-se um espaço simbólico de recomeço e solidariedade. Sob o tema “SUS que Cuida, Gestão que Reconstrói – Novos Caminhos para um Rio Grande que refloresce!”, o encontro valoriza a resistência dos gestores municipais e a relevância do sistema público de saúde em momentos de calamidade. 

Ao longo da programação, estão sendo debatidas iniciativas de reconstrução das redes de atenção, relatos de superação em contextos de emergência, modelos de cuidado mais humanos e avanços na administração pública. A mobilização destaca o papel fundamental dos municípios na construção de um SUS mais forte, resiliente e voltado às necessidades reais da população.