Uma pesquisa realizada pelo Datafolha de 11 a 17 de junho, aponta que um em cada quatro brasileiros conhece uma mulher vítima de violência doméstica, cometida pelo próprio parceiro. 

Em Uruguaiana, a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), em conjunto com a Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), registraram 770 ocorrências em 2024. Destas, 408 viraram inquéritos policiais. 

Cerca de 66,5% das ocorrências registradas na Deam em 2024, possuem pedido de Medida Protetiva de Urgência (MPU). A média de ocorrências registradas na Delegacia Especial é de 3,2 por dia. Além disso, cerca de 12 prisões foram efetuadas pela Polícia Civil até a presente data. 

Indicadores criminais 

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado, no mês de julho - último divulgado pela pasta – foram registradas 39 ocorrências relacionadas com violência doméstica no município. A maioria delas é de ameaça (18), seguida de lesão corporal (17) e ainda quatro ocorrências de estupro. 

Pesquisa 

O Datafolha realizou a pesquisa entre 11 e 17 de junho, entrevistando 2.508 pessoas com mais de 16 anos em todas as regiões do Brasil. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. 

Os dados revelam que a violência doméstica é relatada com maior frequência pelas próprias mulheres (31% das entrevistadas) do que pelos homens (22%). Além disso, a violência doméstica é mais frequentemente exposta entre os jovens do que entre os mais velhos. 

Há também uma diferença significativa entre os níveis de escolaridade. Entre os entrevistados com ensino superior completo, 36% afirmam conhecer vítimas de violência doméstica, enquanto apenas 18% dos que possuem até o ensino fundamental relatam o mesmo. 

A socióloga Isabele Matosinhos, pesquisadora do Fórum e baseada em dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, destaca que a violência contra a mulher tem aumentado no Brasil. Ela observa que "todas as formas de violência contra a mulher cresceram em 2023, segundo registros oficiais", conforme detalhado em seu artigo baseado na pesquisa. 

O Datafolha também investigou se os entrevistados foram vítimas de diversos crimes nos 12 meses anteriores à pesquisa, como agressões, sequestros relâmpago, assaltos e furtos de celular. Entre os entrevistados, 5% relataram ter sido vítimas de agressão, com as mulheres representando a maioria (56%) entre os que reconheceram ter sofrido esse tipo de crime. 

Esses resultados sugerem uma situação ainda mais grave do que o já elevado número de agressões contra mulheres mostrado nas estatísticas oficiais.